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Região quer fim de ferrovias em área urbana
Vias férreas que cruzam cidades próximas a Ribeirão causam transtornos e insegurança a moradores
Ações dos prefeitos foram intensificadas após tragédia que matou oito pessoas em São José do Rio Preto
Cidades da região de Ribeirão Preto e do interior paulista reforçaram as cobranças para retirar as ferrovias que cortam as áreas urbanas após o acidente que matou oito pessoas em São José do Rio Preto, no último domingo.
Em Matão, a prefeitura entende que seria benéfico para o município ter os trilhos fora da área urbana, mas enquanto isso não acontece, a cidade reivindica uma passagem para veículos para ligar o bairro Bosque ao centro.
"É um perigo essa passagem em nível. Precisamos ter uma alternativa para evitar acidentes ali", afirma Ademir de Souza, secretário municipal de Planejamento.
A prefeita de Américo Brasiliense, Cleide Aparecida Berti Ginato (PTB), afirma que o município não pede apenas a retirada dos trilhos da área urbana, mas também obras para facilitar o trânsito de veículos, constantemente interrompido pelos trens.
Em Araraquara, a obra do contorno ferroviário está atrasada há seis anos. A primeira previsão de entrega era no final de 2008. Atualmente, segundo a prefeitura, está em fase final de execução, com previsão de ser entregue no segundo semestre de 2014.
A secretária de Desenvolvimento Urbano da cidade, Alessandra de Lima, diz que a linha funciona como "uma barreira", separando a Vila Xavier do restante da cidade.
Em São Carlos, o projeto para a transposição da linha já foi aprovado, mas ainda não é executado. A prefeitura não se manifestou a respeito, mas em outras oportunidades o prefeito Paulo Altomani (PSDB) já havia manifestado descontentamento com os trilhos.
Em Itirapina, a ferrovia divide a cidade. Há uma única passagem em nível, segundo o prefeito José Candido (PMDB). Quando o trem passa, com quatro máquinas e cerca de 90 vagões, o trânsito para. O último acidente envolvendo um trem e um carro aconteceu há dois meses.
No município, a ferrovia gera um outro problema: o barulho. Como o local é usado para manobras das composições, elas permanecem paradas por um longo período na área urbana, causando prejuízo aos moradores.
Ele afirmou que vai começar a multar a ALL em R$ 10 mil a cada ocorrência por excesso de barulho. Uma lei municipal nesse sentido deve ser regulamentada em até 15 dias, disse Candido.
Em São Carlos e Ibaté, o maior problema é a conservação. Segundo o procurador federal Ronaldo Ruffo, há alguns pontos nos trechos urbanos que precisam de reparos no solo que sustenta os dormentes e trilhos.
O Ministério Público Federal já ganhou uma ação na contra a ALL e um acordo entre a empresa e o promotor busca melhorias. Em Ribeirão Preto, o entorno dos trilhos tem alambrados quebrados, passagens improvisadas, lixo e animais mortos.