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Aluguel de rancho chega a custar R$ 12 mil
DE RIBEIRÃO PRETOO aposentado da indústria calçadista de Franca Manuel Ponce, 77, viu a represa Jaguara ser construída, assim como a ponte que liga Rifaina (SP) a Sacramento (MG). "Foi no ano que o Brasil ganhou a Copa, em 1970", conta.
Porém, neste verão, diferente dos últimos anos, a família de Ponce não vai alugar uma casa em Rifaina para passar os dias de folga. Eles terão que voltar a Franca todo final do dia, cidade a menos de uma hora, por causa dos gastos com aluguel.
"O preço do aluguel subiu 300%", diz Claudinei Ponce, 48, filho de Manuel, também trabalhador da indústria calçadista de Franca.
O aluguel das casas que ficam na parte mais urbanizada da cidade, próximas à orla da praia, podem custar de R$ 1.500 a R$ R$ 3.500, com dois quartos e piscina, por seis dias.
Já os "ranchos", mansões à beira d'água que podem ter até seis quartos (quatro deles suítes), piscina, sauna e píer para lanchas, saem por R$ 12 mil para o mesmo período.
DOBRAR OS 'RANCHOS'
O secretário de Turismo de Rifaina, Cláudio Masson, diz que há cerca de 400 novos lotes em processo de licenciamento na prefeitura, o que deve quase dobrar o número de "ranchos" no município, atualmente em 500. "Em cinco anos teremos mais de 1.200 ranchos", diz Masson.
Em Miguelópolis, um rancho de quatro suítes, píer, quiosque e piscina, que há cinco anos custava R$ 500, hoje sai por R$ 1.000 a diária. Em Rifaina, os ranchos mais caros, que hoje custam de R$ 10 mil a R$ 12 mil, há cinco anos eram alugados por R$ 6.000, segundo corretores imobiliários das cidades.
Em Rifaina, foram aprovados 1.117 lotes desde 2007, segundo dados da secretaria estadual da Habitação. O diretor do departamento de Turismo de Miguelópolis, Paulo Cesar Augusto, afirma que uma rede hoteleira tem planos de instalar ali um resort.
"Queremos revolucionar a cidade com o turismo", diz. Com 21 mil habitantes, a população de Miguelópolis praticamente dobra na época do fim de ano. Rifaina tem 3.500 habitantes e espera 15 mil.
Ambas tentam conseguir junto ao governo do Estado o status de estância turística, o que facilitaria o acesso a verbas públicas para o setor.