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Ribeirão

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A busca pelo recorde

Colecionador desiste de entrar no Guinness com camisetas de futebol, mas mantém jogos de botão e cédulas de todo o mundo

IZILDA REIS COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE JABOTICABAL

Dono de uma coleção de 2.350 camisas oficiais de clubes de futebol do Brasil e do mundo, o administrador de empresas Gilberto Chiquito, 55, de Guariba, na região de Ribeirão Preto, desistiu de tentar entrar no livro dos recordes com o seu acervo.

Mas não se absteve de colecionar, pelo contrário. Seja times de futebol de botão, cédulas de todo o planeta e até mesmo CDs de músicas gaúchas, junta tudo o que encontra numa "mania" iniciada por ele ainda aos cinco anos de idade.

Cinco décadas atrás, o hoje administrador percorria as ruas de Guariba em busca de maços de cigarros vazios e latas de óleo, também usadas.

Não parou mais e passou a vida toda colecionando tudo o que despertasse seu interesse --momentâneo ou permanente--, como selos, caixas de fósforos, adesivos, cartões telefônicos e até mesmo rótulos de bebidas.

O colecionador resolveu "pendurar as chuteiras" parcialmente e vender, nos últimos dois meses, o seu acervo de futebol, composto por camisas de clubes de 50 países, além do Brasil, por causa de uma desilusão.

O "Guinness", que publica o livro dos recordes, não reconheceu sua coleção, que hoje ocupa toda uma sala construída sobre a garagem de sua casa. Barcelona, Milan, Real Madrid, Chelsea e Porto são alguns dos clubes presentes no acervo.

Desde a desistência de tentar entrar no "Guinness", se desfez de 15 unidades, todas do Palmeiras, de diferentes épocas.

Para montar a coleção, iniciada em 1992 e que o tornou conhecido em sua cidade, manteve contatos constantes com as federações de futebol profissional do Brasil e do mundo para saber quais os novos times e conseguir camisetas com outros colecionadores internacionais.

"Fiquei muito chateado em não conseguir entrar no Guinness'. Passei dez anos juntando o material que os representantes no Brasil do Guinness' pediram, mas a resposta foi negativa e eu desisti", afirmou.

A negativa ocorreu via correspondência recebida da empresa que edita o livro dos recordes informando da impossibilidade de incluir seu suposto recorde.

Segundo o site Guinness World Records, "é impossível publicar todos os recordes do nosso banco de dados". São 60 mil pedidos a cada ano. No livro, cabem aproximadamente 4.000.

GARIMPO

Questionado sobre a possibilidade de buscar órgão similar para reconhecer a coleção e não se desfazer do acervo, como o nacional Rank Brasil, Chiquito afirmou que não seria a mesma coisa.

Justifica com o que considera loucuras feitas em busca do recorde.

"Cheguei a fazer a loucura de ficar oito anos buscando uma camisa de um time desconhecido chamado União Garimpeira, de Nortolândia [MT], que parou de disputar jogos em 1995", afirmou.

"Fiz mais de 200 contatos telefônicos." Acabou encontrando um ex-jogador do clube que tinha a camiseta e a utilizava nas partidas de várzea de sua cidade.

"Ele ficou de me enviar em uma carta registrada, após eu fazer mil recomendações", conta. "O tempo passava, a camisa não chegava e eu quase nem dormia."

Segundo o administrador, ela chegou dias depois, via carta simples, diferentemente do combinado.

"É uma camisa simples, mas de muito valor emocional. Esta é a única que não vendo de jeito nenhum", disse, segurando a camiseta vermelha de mangas verdes nas mãos, elogiando a beleza e simplicidade do emblema.

Enquanto não se desfaz do acervo futebolístico, no entanto, Chiquito mantém seus outros hobbies, hoje sem as excentricidades do passado.

Um deles é também ligado ao futebol: tem cerca de 1.500 times de futebol de botão.

Possui, ainda, uma coleção de cédulas históricas de mais de cem países do mundo, num total de 80 mil notas, e outra de CDs de músicas gaúchas, que, claro, quer ampliar nos próximos meses.

Para ele, há falta de valorização e reconhecimento dos colecionadores brasileiros. "Percebo isso quando entro em contato com colegas de outros países", afirmou.


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