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Ribeirão

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Mogiana exibe destruição da memória ferroviária

Das 52 estações, 35 foram demolidas, abandonadas ou viraram moradias

Ferrovia fazia ligação entre Campinas e Ribeirão e foi símbolo do desenvolvimento nos séculos 19 e 20

MARCELO TOLEDO ENVIADO ESPECIAL A CAMPINAS ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Outrora símbolo do desenvolvimento econômico do interior do Estado, a Companhia Mogiana de Estradas de Ferro preserva hoje só resquícios de estações, pontos de parada e trilhos.

As antigas estações, surgidas a partir de 1875, praticamente inexistem ou estão, em muitos casos, abandonadas ou servindo de moradia.

A malha ferroviária, se preservada e melhorada, poderia servir para o transporte, mas foi abandonada e praticamente não há passageiros --a não ser alguns trens turísticos, em pequenos trechos.

Das 52 estações que existiram entre Campinas, onde começava a Mogiana, e Ribeirão Preto --então capital do café--, a situação é desoladora, com 17 estações demolidas, nove abandonadas e outras nove servindo de moradia, algumas em estado ruim.

Só 15 são usadas por órgãos públicos --museus, prefeituras, escola ou repartições policiais--, e outras duas abrigam depósito e oficina.

A Folha percorreu as antigas estações da Mogiana entre Campinas e Ribeirão. A maioria não tem trilhos desde a década de 80 e é tomada por mato alto, pichações, vidros quebrados e falta de telhado. É o caso da estação Santos Dumont, em Santa Rosa de Viterbo.

"Com bom uso são poucas estações. Geralmente as reformadas são as estações centrais, mas mesmo algumas delas foram demolidas", afirma o pesquisador ferroviário Ralph Giesbrecht.

Casa Branca é um exemplo: das oito estações que chegou a ter, cinco foram demolidas ou estão abandonadas. Uma é moradia e outras duas abrigam uma associação e um órgão público.

"Encontramos as estações destruídas, invadidas. A recuperação delas é um trabalho difícil e sabemos que não tem chance de o poder público nos ajudar, porque falta interesse", diz Vanderlei Alves da Silva, gerente da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária).

A ABPF opera a ferrovia turística de 24 quilômetros entre a estação Anhumas, em Campinas, e Jaguariúna. São das poucas preservadas.

Presidente do Instituto da História do Trem, Denis William Esteves criticou o que considera falta de interesse do poder público e ressaltou o caso de Ribeirão.

"Ribeirão jogou no lixo sua história. O ano de 1883 [chegada da Mogiana] é um marco. Foi quando surgiu a vocação comercial da cidade."


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