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Perícia encontra sangue no quarto da menina Íris
Com uso de reagente, polícia detectou manchas no chão e pia do banheiro
Perícia vai fazer novas análises na casa onde menina morava com mãe e padrasto, presos desde o último sábado
Com uso do reagente químico luminol, peritos da Polícia Civil identificaram ontem manchas de sangue na pia do banheiro e no chão do quarto da menina Íris Cardoso, 8, encontrada morta em um terreno baldio no último sábado no bairro em que morava, em Mococa (a 262 km de São Paulo).
A informação é do delegado Wanderley Fernandes Martins Júnior, que investiga o crime. A mãe dela, Ana Paula Milani, 36, e o padrasto Sebastião Carlos Rodrigues, 27, estão presos e são considerados os principais suspeitos pela polícia.
Segundo o delegado, as manchas de sangue eram pequenas, mas outras perícias devem ser feitas no local. O objetivo é colher o maior número de provas que possam comprovar o crime.
A criança foi encontrada morta com três facadas no peito, perto de casa, em um bairro na periferia de Mococa. A necropsia no corpo de Íris identificou que todos os ferimentos atingiram o pulmão da vítima.
O corpo da menina foi encontrado limpo, apesar das três facadas no peito. A suspeita da polícia é a de que quem cometeu o crime teria lavado Íris, antes de abandoná-la no terreno baldio.
No sábado, a polícia apreendeu toalhas de banho e roupa de cama com supostas manchas de sangue. Os objetos estavam no quarto em que a mãe de Íris e o padrasto dormiam. Ambos negam o envolvimento no crime e ainda não têm advogado.
PERFIL
Uma vizinha de Ana Paula afirmou à Folha que ela era boa mãe e que sua personalidade mudou depois que começou o relacionamento com Rodrigues. Maria Beatriz Daniel dos Reis, 36, diz que Ana Paula ficou mais reclusa e distante dos filhos.
A vizinha conta que Íris nunca disse a ela ter apanhado do padrasto. Mas chegou a relatar que Rodrigues batia na mãe e pediu segredo.
Ana Paula está em uma cela isolada na cadeia feminina de Tambaú. Rodrigues está na cadeia de Casa Branca. Ela e Rodrigues tiveram a prisão temporária decretada no domingo (5). A polícia está colhendo depoimentos para traçar o perfil da família, que pode ser de violência.
