Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
Falta d'água só deve ser resolvida em 2015
Daerp anuncia pacote de medidas para tentar solucionar uma das principais queixas dos moradores de Ribeirão
Investimento, segundo a autarquia, será de R$ 109 mi, sendo R$ 50 mi do próprio Daerp e o restante, do PAC
O problema crônico do abastecimento de água em Ribeirão Preto será completamente resolvido apenas em julho do ano que vem.
A afirmação é de Marco Antônio dos Santos, superintendente interino do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) e secretário da Administração.
Isso significa que regiões em que moradores convivem com o abastecimento precário de água há anos não deverão ter o problema solucionado ao longo de 2014.
A zona norte é um exemplo. Entre o fim do ano e o começo deste mês, moradores ficaram dez dias sem água.
O problema aconteceu mesmo depois de a prefeitura ter aberto um novo poço artesiano em dezembro, no bairro Heitor Rigon.
Ontem, Santos anunciou um pacote de medidas a serem implementadas pela autarquia até julho de 2015, com a promessa de que a população não irá mais sofrer com a falta d'água e de que a melhora será gradativa.
"A população vai perceber a melhora do abastecimento de água, gradualmente, até a implantação de todo o plano de ação", afirmou.
O plano, que inclui, entre outros itens, a melhora na gestão da autarquia, a implantação de adutoras e a perfuração de sete poços, irá custar R$ 109 milhões.
Do total, R$ 50 milhões sairão dos cofres do Daerp --que diz ter o dinheiro, ao contrário da administração municipal, que vive crise-- e o restante, do governo federal, por meio do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
A previsão do Daerp também é contratar novos funcionários --entretanto, a autarquia está impedida porque atingiu o limite de gastos com pessoal imposto pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Segundo Ivo Colichio, diretor técnico do Daerp, a autarquia precisa contratar motoristas, encanadores, engenheiro elétrico e operadores de retroescavadeira. "Estamos comprando novos equipamentos, mas não temos um pessoal capacitado."
Além das obras, o pacote prevê o combate ao desperdício e à inadimplência, que hoje corresponde a cerca de 20% do total de usuários.
PROBLEMAS
A explicação para os atuais problemas de abastecimento em Ribeirão, de acordo com o Daerp, está no excesso de vazamento na rede, nos problemas de captação e na falta de reservatórios.
Segundo Colichio, a cidade será dividida em zonas e serão implantados 22 sistemas, interligados entre si, para que haja o equilíbrio no abastecimento dos poços.
O Daerp priorizou dez bairros que mais sofrem com o problema --entre eles o Campos Elíseos e o centro, que deverá ter a rede trocada, numa extensão de 120 quilômetros.
"[A rede] É antiga e também precisa de adutoras", disse Colichio. Não há previsão para início da troca da rede.