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Prefeituras cobram participação de governos estadual e federal
DE RIBEIRÃO PRETOPrefeituras que gastam cerca de 30% de seus Orçamentos com a saúde --mais do que o dobro exigido pela Constituição Federal--reivindicam mais recursos.
As administrações alegam que estão sobrecarregadas com a necessidade de bancar parte dos gastos do setor e que os custos estão cada vez mais altos e os repasses, cada vez mais baixos.
Eurico Medeiros Junior, diretor do departamento de Saúde de Bebedouro, disse que o município banca boa parte da despesa de um hospital municipal.
Por isso, a cidade é a segunda --entre as maiores da região de Ribeirão-- que mais destina recursos para o setor, em relação à receita.
"Atendemos uma região de 150 mil pessoas, de sete cidade. Temos uma semi-UTI, 19 médicos de plantão, hemodiálise. O SUS não cobre os procedimentos de 15 mil pacientes por mês", disse.
De acordo com ele, a unidade custa cerca de R$ 1,5 milhão/mês, com a cidade bancando a metade do valor. "Vamos sempre a São Paulo e Brasília pedir mais recursos. Estado e União deveriam permitir um custeio mais equilibrado do sistema."
A assessoria de imprensa da Prefeitura de Araraquara --município que tem o maior índice de gastos em relação à receita-- informou que os recursos são insuficientes para manter a estrutura da cidade. E confirmou que a cidade está "sobrecarregada".
Já a Prefeitura de Jaboticabal disse que as cidades "precisam fazer um alto investimento com recursos próprios para atender a demanda".
"Se os repasses fossem ampliados, teríamos novos projetos em outras áreas, como educação, mobilidade, infraestrutura e saneamento", diz nota da administração.
A secretária da Saúde de Matão, Maria Alice Garcia Capparelli, disse que a tendência é que os gastos municipais fiquem em patamares cada vez maiores. "Além do pouco dinheiro, há determinações judiciais para internação [compulsória de dependentes químicos] e compra de medicamentos de alto custo."