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PM usa bombas para acabar com confusão em trote universitário

Comando afirma que ação foi para controlar grupo que atirava garrafas de vidro em policiais

Moradores do entorno de centro universitário de Bebedouro pediram ajuda por causa do barulho e de 'excessos'

ISABELA PALHARES JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

A Polícia Militar usou balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para dispersar estudantes que participavam de um trote universitário na noite da última segunda-feira em Bebedouro.

O trote acontecia na rua, próximo a um bar localizado na esquina do Unifafibe (Centro Universitário de Bebedouro). Cerca de 250 pessoas estavam no local, segundo relato de testemunhas.

O comando da polícia na cidade afirmou que a ação foi uma reação contra um grupo de alunos que atirou garrafas de vidro nos policiais que foram até o local atender a uma ocorrência de perturbação do sossego feita por moradores (leia texto nesta página).

Dez estudantes foram atendidos no hospital municipal, sendo sete com suspeita de intoxicação e uso de bebida alcoólica, um vítima de tiro de bala de borracha e dois por embriaguez, segundo o médico da unidade Felipe Sebastião de Melo Branco.

De acordo com alunos, o trote começou às 19h e por volta das 21h40 a polícia chegou ao local. Os vizinhos reclamavam do barulho excessivo, de brigas entre os alunos e do fechamento de vias públicas no entorno.

Segundo relato de estudantes, os veteranos --como são chamados os estudantes mais velhos na faculdade-- raspavam o cabelo dos calouros, pintavam os rostos e cortavam as roupas. Alguns ainda eram obrigados a ingerir bebida alcoólica.

"Não era uma brincadeira. As pessoas eram forçadas a fazer o que os veteranos mandavam. Vi meninas com o sutiã para fora, blusa rasgada", disse um calouro do curso de direito, de 22 anos, que pediu para não ser identificado.

Renan Augusto Pereira, 20, dono do bar onde ocorria o trote, afirmou que fechou o local assim que começou o tumulto. Ele disse ter tido cerca de 240 garrafas de cerveja quebradas durante o confronto com a polícia.

"Da sala de aula a gente via os alunos arremessando garrafas de vidro contra a polícia, e também contra eles mesmos", disse o calouro.

Já o estudante William Lemos de Melo, 27, afirmou que a ação da polícia foi "desproporcional" e que os alunos só reagiram após a polícia ter lançado as bombas.

"As pessoas correram, teve quem caiu no chão e foi pisoteado. Todo mundo ficou em pânico porque a resposta da polícia foi desproporcional", disse Melo, estudante do quarto ano do curso de sistema de informação.

Vizinhos disseram que o trote ocorre há anos na instituição e que sempre causa perturbação. "É um excesso de bebida alcoólica e um perigo, porque eles usam tesouras", disse um vizinho.


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