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Rio Pardo tem menor vazão desde 1971
Falta de chuvas faz rio registrar somente 0,65 m de profundidade em fevereiro, ante a média esperada de 2,1 m
Cinco cidades na área de Ribeirão Preto já adotaram medidas de racionamento no abastecimento de água
Com a falta de chuvas que atinge a região desde o início do ano, o rio Pardo atingiu em Ribeirão Preto sua menor vazão para fevereiro desde o ano de 1971.
O deficit de chuva no verão já provocou o racionamento de água em cinco cidades da região, atingindo uma população de 195 mil habitantes --Bebedouro, Serrana, Santa Rita do Passa Quatro, Altinópolis e Cravinhos.
Serrana, Altinópolis e Cravinhos pertencem à bacia hidrográfica do Pardo, que abrange ainda outros 27 municípios. Ontem, o rio estava com com uma vazão de 64,5 mil litros por segundo.
O volume fica abaixo das médias para o período mais seco do ano no Estado, no inverno --julho e agosto. A última vez que o Pardo atingiu este nível de vazão foi de agosto a outubro de 2003.
O nível da água chegou ontem a 65 centímetros de profundidade, quando historicamente em fevereiro ele apresenta média de 2,1 metros.
"O nível do rio é preocupante porque ele alimenta diversas cidades que dependem da captação superficial [do rio e afluentes]", afirmou o diretor do Daee (Departamento de Água e Energia Elétrica) de Ribeirão Preto, Carlos Alencastre.
Na bacia do Pardo, 56% da água usada por moradores, indústria e agricultura é captada em rios. O restante, por poços. O nível mais baixo do rio piora a qualidade da água, pois aumenta a concentração de resíduos e poluentes.
Em Altinópolis, a captação no córrego Mato Grosso, afluente do Pardo, é de 25% do esperado para esta época do ano, segundo o engenheiro ambiental da prefeitura Arão Peruzzi.
O nível do córrego chegou a 20 cm, quando o normal é 50 cm. A cidade passou a cortar o fornecimento de água toda vez que os reservatórios atingem 25% da capacidade.
Bebedouro iniciou ontem o racionamento. Assim como em Santa Rita do Passa Quatro e Altinópolis, o corte é feito até que o nível dos reservatórios se estabilize.
Segundo o diretor do Departamento de Obras e Infraestrutura de Santa Rita do Passa Quatro, João Alex Baldovinotti, os cortes pode durar até três horas e serem feito mais de uma vez por dia.
Ele disse que o consumo aumentou 66,67% em comparação com o ano passado.
POÇOS
Serrana também adotou cortes, de sexta a domingo, das 22h às 6h.
Em Cravinhos, a medida foi adotada há dez dias por causa do aumento do consumo, segundo o prefeito José Carlos Carrascosa (PSDB). Cravinhos e Serranas são abastecidas por poços.
O meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) Marcelo Schneider disse que, entre sexta e sábado, deverá chover na região, e novamente a partir do dia 20. Ribeirão Preto teve em janeiro o menor índice de chuva dos últimos nove anos.