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Ribeirão

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Sem água há 40 dias, famílias dizem que sairão de casa

Desabastecimento ocorreu após corte de uma ligação de água com o bosque; Daerp diz que vai apurar o caso

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Sete famílias que moram no último quarteirão da rua Benjamin Constant, no bairro Campos Elíseos, em Ribeirão Preto, ameaçam deixar suas casas por causa da falta de água, que já dura 40 dias.

Os moradores dizem que o desabastecimento aconteceu após o corte de uma ligação de água que havia entre o trecho da rua e o bosque e zoológico Fábio Barreto.

A ligação foi feita na década de 1970 e financiada por moradores da época.

A medida foi uma alternativa ao problema que o trecho da rua, que é íngreme, enfrenta: a falta de pressão suficiente para fazer com que a água encha as caixas d'água.

"Estamos fazendo uma higienização precária, é muita humilhação o que passamos aqui", disse o gerente de vendas José Paulo Monteiro, 56.

Ainda conforme os moradores, eles já entraram em contato com o Daerp (Departamento de Água e Esgoto de Ribeirão Preto) dezenas de vezes, mas nada foi feito.

Nem mesmo a autarquia sabe explicar o que acontece no local, segundo a assessoria de imprensa do Daerp.

Além de enfrentarem problemas típicos sem água, como tomar banho e cozinhar, há também quem está no prejuízo: a cabeleireira Joana Darc Costa, 58, reduziu o número de clientes no período.

"Antes eu atendia até 15 pessoas por dia. Hoje, consigo atender duas", afirmou.

Por causa da situação, disse que já acumula um prejuízo estimado em R$ 3.000.

A vida familiar também teve de ser alterada: a mãe dela, idosa, teve de se mudar para a casa de uma irmã, no município de Barretos.

Caso a situação crítica perdure, o motorista Valdomiro Naba, 50, que mora no local há oito anos, afirmou que também deverá se mudar.

É o mesmo caso da família da pedagoga Edelzia Gabriel Ferreira, 44, que mora na rua há dois anos.

"Juntei 50 garrafas de água e meus irmãos enchem para mim", afirmou ela, cuja família conta com três crianças e uma idosa de 82 anos.

A aposentada Eunice Procópio Monteiro Tavares, 83, foi uma das moradoras que financiaram a ligação de água. Segundo ela, a medida foi proposta por um ex-engenheiro do Daerp, que morava na mesma rua.

"Era tudo legalizado, até porque nós pagamos a conta de água. É um direito adquirido e ninguém deve ter a água cortada sem a menor explicação", afirmou.

Ribeirão vive uma crise no abastecimento de água desde o mês passado, quando bombas de captação começaram a queimar.

O Daerp confirmou não possuir estoque para a troca dos equipamentos.


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