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Alunos acusam policiais militares de agressão em escola em São Simão

Estudantes foram agarrados e tiveram cabelos puxados; polícia diz que só agiu para conter tumulto

Confusão teve início na 4ª, quando um aluno de 16 anos alegou ter tido um cartão de memória furtado na escola

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Uma confusão em frente a uma escola estadual de São Simão acabou com a depredação do estabelecimento e um confronto envolvendo a Polícia Militar e alunos, que alegam ter sido agredidos. A PM nega e diz que só agiu para conter o tumulto.

Imagens registradas no momento do confronto mostram policiais puxando os alunos pelos cabelos e agarrando-os pelos braços. Também há uma cena em que um policial segura uma adolescente pelo pescoço.

O capitão Maurício Tavares, comandante da 4ª Companhia da PM, afirma que não houve agressão aos alunos e que os policiais agiram somente para conter o tumulto (leia texto nesta página).

A suposta agressão contra nove alunos foi denunciada à Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo.

Após pedido do ouvidor Julio Cesar Neves, a Corregedoria da PM decidiu abrir investigação para apurar supostos excessos da polícia. O mesmo pedido foi feito ao Deinter-3 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior).

"É triste, lamentável e inaceitável o que aconteceu. As cenas chocam. Os policiais precisam ler o ECA", disse, referindo-se ao Estatuto da Criança e do Adolescente.

O confronto ocorreu na tarde de anteontem, um dia depois de um aluno do oitavo ano, de 16 anos, ter sido levado à delegacia pela PM por ter ameaçado colegas e professores com um pedaço de pau.

Ele alega ter tido um cartão de memória furtado na escola Capitão Virgílio Garcia.

Anteontem, os nove alunos jogaram pedras na escola, em forma de protesto, contra uma suposta violência policial sofrida pelo adolescente. Vidros de janelas de salas de aula foram quebrados, e cortinas, rasgadas.

"Não foi uma atividade policial comum, e a ação foi testemunhada por alunos e familiares", afirmou Matheus Augusto Ambrósio, advogado do estudante, que disse que levará a denúncia ao comando da PM e à Promotoria.

Para o psicólogo e professor Sergio Kodato, coordenador do Observatório da Violência e Práticas Exemplares da USP Ribeirão, a ação mostra que a polícia não está preparada para lidar com conflitos com adolescentes.

"Chegamos ao fundo do poço. Esses adolescentes sofrem uma criminalização precoce", afirma.

Segundo ele, o comportamento ideal dos policiais seria manter diálogo, sem usar força e algemas. "Essas crianças e adolescentes podem sofrer uma síndrome do estresse pós-traumático."

Devido aos incidentes, a Prefeitura de São Simão contratou oito seguranças patrimoniais para reforçar a vigilância na escola estadual.

Em nota, a Diretoria Regional de Ensino de Ribeirão disse que repudia vandalismo e que a direção da escola apura quais são os alunos envolvidos para tomar as providências baseadas no regimento escolar. A direção registrou boletim de ocorrência para que a polícia apure o caso.


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