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Ribeirão

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Deficit de árvores chega a 42 mil em Ribeirão Preto

Com pior cenário, zona norte precisa de 15 mil mudas para atingir o mínimo

Para a prefeitura, donos resistem a ter árvore em casa, por 'atrapalhar' estacionamento ou mesmo por segurança

FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETO

Cidade em que as temperaturas superam com facilidade os 30°C no verão, Ribeirão Preto precisa plantar ao menos 42.019 árvores para atingir o mínimo recomendado por climatologistas, de ter bairros com 30% da área coberta por copas de árvores.

A falta de cobertura vegetal pode provocar uma diferença de até 6°C para mais na temperatura do ar sobre o concreto e o asfalto, segundo o professor de silvicultura urbana da USP (Universidade de São Paulo) Demóstenes Ferreira da Silva Filho.

O total de árvores necessárias é resultado do cruzamento de um estudo de Silva Filho de 2012 em Ribeirão e o número de plantios feitos desde então, segundo a Secretaria do Meio Ambiente.

O estudo dividiu a cidade em 56 bairros e descobriu que 41 têm arborização abaixo do recomendado. Foram classificados como prioritários 27 bairros com menos de 19,5% das áreas cobertas. A média da cidade é de 23,58%.

A zona norte tem o maior deficit (15.143 árvores), seguida pelas zonas oeste (10.915), sul (9.260), leste (5.157) e centro (1.544). "Se comparar com outras cidades, até que Ribeirão está bem, mas as árvores estão mal distribuídas."

O secretário do Meio Ambiente, Daniel Gobbi, disse que está previsto para este ano o plantio de 10 mil a 15 mil árvores. Outras 22 mil deverão ser plantadas só no bairro Jardim Paiva, numa compensação ambiental exigida pela Cetesb (Companhia Ambiental de São Paulo).

Sem orçamento, o programa depende de mudas obtidas por licenciamento ambiental de empreendimentos, exigidas como contrapartida à aprovação ou como compensação de dano ambiental.

Para Gobbi, o ritmo é satisfatório e a meta é ter árvores cobrindo todas as vias até 2016, último ano da gestão da prefeita Dárcy Vera (PSD). Faltam 193.025 árvores.

Diretora da Associação Cultural e Ecológica Pau-Brasil, Simone Kandratavicius disse que os resultados são positivos, mas o fato de não ter orçamento pode colocá-lo em risco. "Sobrevive às custas de compensações. Não é política de governo."

Gobbi disse que, se tivesse recursos, "faltariam casas para as árvores" e que o programa tem resistência, pois às vezes donos de casas não liberam o plantio. "Tínhamos 3.000 árvores para o centro. Só conseguimos plantar mil."

Os motivos vão do impedimento de vagas de garagem e fachadas de lojas até o medo de a árvore impedir a vista da casa a partir da rua.


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