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Carnaval no morro São Bento gera polêmica
Comissão de Direito dos Animais da OAB diz que festa pode comprometer segurança de gatos e fauna do bosque
Entidade pediu o cancelamento do evento, mas prefeitura informou que não vai acatar a solicitação
A realização de um evento carnavalesco no Morro do São Bento, em Ribeirão Preto, virou alvo de uma polêmica entre a prefeitura e a comissão de direito dos animais da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) local.
A comissão, sob a alegação de que a poluição sonora provocada pela festa colocaria em risco os animais do bosque Fábio Barreto, próximo ao local, e gatos comunitários que vivem na área, pediu a proibição de festas no morro.
O secretário da Cultura, Alessandro Maraca, disse que o espaço tem a finalidade de abrigar eventos culturais e que não vai acatar o pedido.
Uma festa de Carnaval agendada para 4 de março foi o que trouxe a polêmica à tona e levou à solicitação da OAB. O "Carna LGBTT" será realizado das 14h às 20h e contará com trio elétrico. Segundo a organização, são esperadas 2.000 pessoas.
A OAB entregou segunda-feira um ofício à prefeitura pedindo a proibição da festa.
O documento diz que poderá haver incomodo e até morte de animais, além de destruição da flora.
O ofício cita outros eventos que também seriam inadequados no local, como o Tanabata (festival japonês) e a "Paixão de Cristo", por causa dos fogos.
"Resolvemos intervir agora porque a situação atual dos animais é crítica", disse a advogada Sandra Maria da Silva, uma das coordenadoras da comissão. Ela disse que há muitos gatos debilitados.
O Centro de Controle de Zoonoses diz que há cem felinos no local --80% deles castrados e microchipados.
A ONG Cãopaixão concorda com o pedido da OAB. "Barulho e aglomeração são coisas que não combinam ali", disse Natália de Camargo Lopes, presidente da entidade.
Já o promotor do Meio Ambiente Ramon Lopes Neto disse que não há, no momento, motivos que possam levar à proibição de eventos por causa da segurança dos animais.
O organizador do Carnaval, Fábio Silva, disse haver preconceito da comissão, o que é negado pela advogada, que afirmou que a comissão entrará com ações para impedir outras festas no local.
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