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Ribeirão

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Cresce falta de energia elétrica na região

Cidades ficaram, juntas, 532 horas sem energia em 2013; em 25 delas, tempo de interrupção apresentou aumento

Concessionária de energia disse investir e fazer ações preventivas em todas as cidades de sua área de concessão

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Os moradores da região de Ribeirão Preto ficaram mais horas no escuro em 2013 do que no ano anterior. Em 44 cidades da região, foram totalizadas 532,66 horas sem energia elétrica, 13,41 horas a mais do que em 2012.

Em 25 cidades, conforme dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o número de horas com interrupção no abastecimento elétrico aumentou em 2013.

Igarapava foi a cidade com o maior aumento proporcional de horas sem energia. O tempo de interrupções cresceu 159%, passando de 4,49 horas para 11,66 horas.

A CPFL Paulista, concessionária que atende toda a região, informou, por meio de nota, que faz investimentos e ações de prevenção em todas as localidades onde atua.

Informou ainda que os investimentos ocorrem proporcionalmente, atendendo a demanda do mercado (leia texto nesta página).

Ribeirão Preto, maior cidade da região, por sua vez, teve a segunda maior queda nas interrupções. Em 2013, ficou 65,82 horas sem energia, 31% a menos que no ano anterior --95,33 horas.

O físico Ennio Peres da Silva, pesquisador do Nipe (Núcleo Interdisciplinar de Planejamento Energético), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), disse que as interrupções são causadas por fatores atmosféricos e falhas de planejamento.

"Uma parte das quedas é provocada por tempestades e raios. É possível deixar o sistema mais robusto, mas encarece demais a tarifa para o consumidor", disse Silva.

No entanto, ele afirmou que nos últimos anos o principal problema tem sido a lentidão na expansão da rede elétrica, que não acompanhou o aumento do consumo.

"O problema não tem sido as falhas, mas a falta de planejamento. O aumento do consumo que foi considerado atípico já era previsível."

O distrito de Bonfim Paulista foi a área de Ribeirão que registrou maior tempo de interrupções: 14,17 horas sem energia, enquanto a média de outras subestações da cidade foi de seis horas.

PROBLEMAS

Os comerciantes do distrito dizem estar acostumados com a falta de energia e adotaram hábitos para reduzir perdas. É o caso de Rosane Elisabete Vendusculo, 50, dona de uma lan house, que já teve computadores queimados com cortes de energia.

Hoje, quando inicia uma tempestade, desliga tudo. "Gastei R$ 600 no conserto e até tentei o reembolso, mas o tempo e o gasto que teria não compensariam."

Dono de duas sorveterias no distrito, Moisés Maia, 45, disse estocar jornais velhos para revestir os freezers durante as quedas de energia.

Em 2013, ele ficou cinco horas sem energia em um domingo. "Com a vinda dos condomínios, piorou muito. A gente não vê nenhum investimento aqui", disse Maia.

Silva disse que a falta de manutenção também colabora para problemas na rede.

As prefeituras também são responsáveis pela limpeza de bocas de lobo para evitar inundações. "Inundações aumentam o risco de acidentes de veículo e colocam em risco a rede elétrica."


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