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Ribeirão

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Carnaval 2014

Protestos, corrupção e Copa dão o tom nos sambódromos da região

Desfile das escolas de samba começa hoje com a participação de 25 agremiações em 5 cidades

Para especialista, escolha de enredo é uma produção coletiva, nem sempre motivada somente pela cultura

CAMILA TURTELLI ENVIADA ESPECIAL A BATATAIS

Em ano de Copa do Mundo, o futebol é tema nos desfiles das escolas de samba da região de Ribeirão Preto, mas não só. Os protestos que tomaram o país no ano passado e casos de corrupção também serão contados nas passarelas do samba neste ano.

As apresentações começam hoje, reunindo 25 escolas em cinco cidades.

Em Batatais, que faz o mais tradicional desfile da região, o sambódromo foi decorado com o tema do mundial de futebol. Mesas, cadeiras e divisórias nas arquibancadas foram pintadas em verde e amarelo, cores da seleção.

Em Franca, uma das sete escolas que se apresentarão neste ano, a Águias Douradas, tem a Copa do Mundo como tema do seu desfile. O presidente da agremiação, Lázaro Barato, disse que não chegou a procurar a Fifa --entidade que promove a Copa-- para montar o desfile.

Em Barretos, uma das cinco escolas também fala sobre futebol. A Camarões faz uma homenagem ao Corinthians.

Mas há outros temas. A Acadêmicos do Samba, de Batatais, vem com enredo que fala sobre mensalão, lavagem de dinheiro, superfaturamento e desvios de merenda escolar pelo país.

"Quisemos trazer um tema que a gente vê todos os dias nos jornais, que é a corrupção", afirmou a presidente da escola, Lucimara Krempel.

A atualidade também foi determinante para a escolha da Castelo, maior campeã de Batatais. "Pensamos em guerreiro', levanta e sacode a poeira' e navio da liberdade'", disse Luciano Dami, diretor cultural da agremiação.

Venceu o primeiro, que abarcou o espírito guerreiro brasileiro e as manifestações de junho no país. Uma das alas se apresentará com máscaras do grupo Anonymous.

Para o professor da USP Dennis de Oliveira, especialista em cultura popular, a escolha dos enredos nas escolas do interior é sempre uma produção coletiva.

No entanto, diz ele, nem sempre o motivo da escolha é meramente cultural. "Alguns são motivados por recursos e patrocínio."

Oliveira cita como exemplos escolas que já tiveram como tema países estrangeiros e que receberam verba dessas nações para desfilarem. "As escolas também fazem bastante reciclagem de material de agremiações maiores, o que pode influenciar na escolha"afirmou.


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