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Ribeirão

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Atraso no pagamento afasta fornecedores

Depois de não receberem no prazo, empresas desistem de negociar com a Prefeitura de Ribeirão, que está em crise

Governo da prefeita Dárcy Vera confirma atraso nos pagamentos a fornecedores, mas diz não existir calote

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

A falta de pagamento a fornecedores e as constantes mudanças na ordem cronológica das dívidas feitas pelo governo Dárcy Vera (PSD) estão afastando empresas de Ribeirão Preto.

A Folha ouviu empresas, algumas sob a condição de anonimato, que deixaram de prestar serviços sob a alegação de que não recebem nos prazos estipulados.

"Tenho contratos com outras prefeituras, como São Paulo, e a de Ribeirão foi a única a apresentar problemas graves de inadimplência", afirmou Alberto Felício Júnior, superintendente da Arcolimp Serviços Gerais Ltda.

Após finalizar contrato com a empresa, em 15 de fevereiro, a prefeitura deixou uma dívida de R$ 1,1 milhão para trás. "Cada dia é uma desculpa diferente para a falta de pagamento."

Hoje, o governo municipal mantém contrato com 2.000 empresas e deve a fornecedores, segundo a própria administração, R$ 17,313 milhões.

"Muitas vezes dizem: Esse contrato é de Ribeirão? Ah, deixa para lá'", afirmou uma diretora da SPX Serviços de Imagem, que presta serviço de raios X ao município.

Em fevereiro, 19 funcionários da empresa paralisaram os serviços após dois meses sem receber.

O calote da prefeitura era de R$ 400 mil. Segundo ela, o governo Dárcy chegou a ficar quatro meses sem pagar.

Diretores de duas distribuidoras de produtos hospitalares de São Paulo, que prestaram serviços até 2013, disseram que se recusaram a renovar o contrato.

"É muito inseguro, nunca sabemos quando iremos receber", afirmou um diretor.

O secretário da Fazenda, Sérgio Nalini, disse não ter notado a diminuição de empresas interessadas nas licitações do município. Em nota, a prefeitura confirmou atrasos, mas nega calote.

Em crise financeira, a prefeitura registrou saldo de restos a pagar de R$ 234 milhões em 2013. O valor migrou para as contas deste ano.

Adriano Henrique Rebelo Biava, professor da USP (Universidade de São Paulo) e especialista em finanças públicas, afirmou que não é comum os sucessivos atrasos de pagamentos a fornecedores.

"Se chegou a este ponto, é porque o volume de despesas precisa ser revisto urgentemente", disse.


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