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Alunos envolvidos em confronto com a PM são transferidos
Além dos quatro que mudaram de escola em São Simão, outros cinco foram suspensos
Quatro alunos da escola estadual Capitão Virgílio Garcia, de São Simão, foram transferidos e outros cinco suspensos, devido a um confronto com a Polícia Militar.
A confusão aconteceu em fevereiro. Os estudantes jogavam pedras contra a escola em forma de protesto contra uma suposta violência policial sofrida por um adolescente no dia anterior.
Ele ameaçou colegas e professores com um pedaço de pau alegando ter tido um cartão de memória furtado.
Os alunos acusaram a PM de agressão. A corporação nega e diz que agiu para conter o tumulto com os estudantes.
De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Educação, as medidas foram tomadas depois de reuniões entre os pais, responsáveis e a equipe gestora da escola.
Segundo a assessoria, as transferências e as suspensões são classificadas como procedimentos educativos e foram feitas em consenso com os pais.
Para o professor e psicólogo Sérgio Kodato, coordenador do Observatório da Violência e Práticas Exemplares da USP de Ribeirão, as medidas apontam que houve um fracasso na inclusão dos adolescentes na educação.
"A transferência é um eufemismo à antiga expulsão. O problema continua, não adianta transferir para outra escola", afirmou.
Segundo ele, o ideal seria que a escola e a diretoria regional de ensino fomentassem o diálogo com os alunos.
"Usou-se o velho esquema de exclusão e não de inclusão, tratando os alunos como pequenos vândalos", disse.
A suposta agressão dos policiais contra os adolescentes é investigada pela Polícia Civil e também pela Corregedoria da PM, depois de pedido feito pela Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo.
O ouvidor Julio Cesar Neves afirmou que, até ontem, não recebeu nenhuma informação sobre o andamento das investigações.
Imagens registradas no momento do confronto mostram policiais segurando e puxando alunos pelo braço.
O comando da PM em Ribeirão Preto também apura a conduta dos policiais, mas já informou, à época, que não houve excessos na ação.