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Ribeirão

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Crise do etanol leva indústrias a demitir

Empresas reduzem custos para tentar se adequar à demanda menor das usinas, afetadas pelo preço da gasolina

Polo de Sertãozinho já registra três demissões coletivas neste ano; outras seis empresas negociam demissões

FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETO

A crise na cadeia produtiva da cana-de-açúcar chegou às indústrias e começa a provocar demissões nas empresas fabricantes de peças e equipamentos para as usinas.

Ao menos três indústrias de Sertãozinho, que abriga o maior polo industrial do setor no pais, já decidiram realizar demissões coletivas. Outras seis empresas negociam os cortes de funcionários, segundo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Sertãozinho.

Os cortes são uma forma de reduzir custos e readequar o nível de produção à magra demanda das usinas.

Desde a crise internacional de 2008, apenas a Dedini e a Sermatec haviam feito demissões coletivas, em 2012.

Ao menos 550 postos de trabalho podem ser fechados, segundo o administrador do sindicato, Valdemir Caldana.

Em março, a Brumazi demitiu 103 trabalhadores. A Equipalcool negocia a saída de 50 funcionários.

Uma terceira empresa já confirmou que irá demitir, mas não informou o número de vagas cortadas. Outras seis negociam um total de 400 demissões, disse Caldana.

Diferentemente das demissões sazonais --programadas e recorrentes a cada ano ou safra--, as dispensas coletivas acontecem quando não há expectativa de recontratar trabalhadores para o mesmo serviço, reduzindo a capacidade produtiva da empresa.

O gerente executivo do Ceise-BR (Centro das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), Sebastião Macedo Pereira, afirmou que o nível de pedidos das usinas à indústria tem permanecido baixo, o que agravou a crise.

"Há três anos o setor não tem investimentos suficientes para garantir seu crescimento. Agora, as empresas não têm mais como segurar [o trabalhador]", disse.

A perspectiva de uma safra menor, por conta da falta de chuva no começo do ano, segundo Pereira, ajudou a reduzir a demanda nesta safra.

A gestora de planejamento da Equipalcool, Alessandra Andrade, afirmou que a ausência de uma política de governo para os biocombustíveis impede as empresas de planejarem investimentos.

Em nota, a Brumazi informou que os cortes são reflexo da crise no setor, que causou "uma significativa queda no volume de encomendas e de novos contratos".

A política do governo federal de segurar o preço da gasolina por meio das importações do combustível pela Petrobras criou um "teto" para o preço do etanol que limita o lucro do setor.


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