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Passaredo 'abandona' bagagens para voar sem encher o tanque

Companhia aérea deixou malas de passageiros para trás em ao menos dois voos para economizar

Empresa afirma que problema é pontual e que reduziu assentos para acomodar carga e combustível no voo

RICARDO GALLO DE SÃO PAULO

Em dificuldades financeiras, a Passaredo deixou de levar no avião, por economia, as bagagens dos passageiros.

O problema ocorreu em ao menos dois voos da empresa entre Guarulhos e Vitória da Conquista (BA), em fevereiro e março deste ano.

"Cheguei lá e mais da metade das bagagens não tinha ido. A companhia alegou questão de peso", disse Elza Medeiros Carneiro da Silva, que pegou o voo em 20 de março. Com o marido dela, que voou em 1º de fevereiro, nenhuma mala chegou no mesmo avião.

As bagagens foram deixadas para trás porque a Passaredo não está abastecendo seus aviões em Vitória da Conquista. Assim, a companhia tem que carregar mais combustível no avião para conseguir chegar até Salvador, a etapa seguinte do voo, onde há o reabastecimento.

Há outro fator: segundo a Passaredo, em dias muito quentes, em que o consumo é maior, o avião é abastecido com mais combustível. Como não dá para encher o tanque e levar todas as bagagens ao mesmo tempo, opta-se pela primeira alternativa. As malas são levadas depois.

A companhia aérea classificou os problemas de "pontuais" e diz que reduziu o número de assentos à venda no avião (62, em vez de 70), de modo a acomodar bagagens e combustível.

Segundo um piloto e um ex-piloto da Passaredo, a companhia deve à fornecedora de combustível de Vitória da Conquista; por isso, não abastece os aviões ali.

Distribuidora de combustível no aeroporto local, a Oeste confirmou à Folha a informação. Diz não receber da Passaredo desde 2012.

A companhia aérea não respondeu se deve ou não para a Oeste. Disse que a empresa cobra três vezes mais pelo combustível em relação ao cobrado noutros aeroportos.

A Azul também faz voos para Vitória da Conquista e abastece regularmente com a Oeste, diz a distribuidora.

Questionada pela reportagem, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) disse que irá fiscalizar a empresa para verificar se, ao deixar a bagagem dos passageiros para trás, a Passaredo cometeu alguma irregularidade.

Resolução da agência que entrará em vigor neste ano prevê ressarcimento imediato ao passageiro cuja mala não tiver sido entregue.

A Passaredo está em recuperação judicial e, até março, dividia os salários dos tripulantes em três vezes. Na semana passada, decisão da Justiça obrigou a empresa a pagar em uma vez.

A empresa também sofre com atrasos em voos quando um avião quebra. Há apenas nove aeronaves na frota, e uma está em manutenção -assim, as demais demoram mais para cumprir os voos.


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