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Início da Agrishow é marcado por críticas
Organização da feira e representantes do setor cobram do governo políticas que favoreçam o agronegócio no país
Ausência da presidente Dilma Rousseff foi alvo de críticas; ministro afirma que está sempre conversando com setor
A Agrishow, maior feira do agronegócio da América Latina, começou ontem em Ribeirão marcada por severas críticas ao governo federal.
Presidentes de entidades, além da própria organiza- ção da feira, cobraram na abertura do evento políticas públicas que favoreçam a agricultura, historicamente apontado como o melhor desempenho na balança comercial do país.
Neri Geller, ministro da Agricultura, que representou a presidente Dilma Rousseff, disse que o governo dialoga constantemente com o setor.
O presidente da feira, Maurilio Biagi Filho, disse que a presidente comete um "equívoco" ao não comparecer ao evento, "ainda mais como candidata à reeleição".
Dilma informou na última sexta-feira que não estaria em Ribeirão na Agrishow, que prevê movimentar ao menos R$ 2,6 bilhões em negócios até a próxima sexta-feira.
Para Biagi Filho, que foi cotado para ser candidato a vice na chapa de Alexandre Padilha (PT) ao governo de São Paulo, a Agrishow é um "palco político" neste ano.
"O julgamento dela [Dilma] eu não sei qual é [para não comparecer à feira]. Talvez não tenha vindo porque aqui é uma região com presença muito forte da cana e o pessoal do setor está muito bravo com ela", afirmou.
O setor sucroalcooleiro diz passar pela maior crise da história devido à política adotada por Dilma. Nas últimas cinco safras, 44 usinas fecharam, 33 estão em recuperação judicial e ao menos dez não irão moer cana neste ano.
O presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Luiz Aubert Neto, também criticou a política econômica.
Para ele, a alta carga tributária impede os investimentos e o crescimento da indústria de base brasileira.
"A política dos últimos oito anos está acabando com a indústria de base. Temos que desonerar o investimento. Nós vamos apoiar [na campanha eleitoral] quem tirar a carga tributária", disse.
Gustavo Junqueira, presidente da SRB (Sociedade Rural Brasileira), disse que nenhum político tem um projeto claro para o agronegócio.
Ele também criticou a política econômica externa. "Temos [no Brasil] uma cultura de hippie fazendo pulseirinha e querendo vender para todo mundo. Temos que produzir o que o mercado demanda, precisamos procurar novos mercados", disse.