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Ribeirão

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Coleta de lixo reciclável cai 86% na cidade

De 1.318 t recolhidas em 2011, total atingiu só 187 t em 2013, apesar de o volume de lixo doméstico ter subido 23%

Prefeitura afirma que aposta em parceria público-privada para ampliar a coleta seletiva em Ribeirão

FELIPE AMORIM DE RIBEIRÃO PRETO

A quantidade de lixo reciclável coletada em Ribeirão sofreu uma redução de 86% nos últimos anos do governo da prefeita Dárcy Vera (PSD). Foram 187 toneladas em 2013, ante 1.318 toneladas em 2011.

A redução na coleta seletiva ocorreu apesar do aumento de 23% no volume de lixo doméstico recolhido.

Nos três últimos anos, Ribeirão não conseguiu superar a marca de ter mais de 1% de seu lixo reciclado --alcançou só 0,08% em 2013.

A Folha teve acesso à prestação de contas dos contratos de limpeza urbana de Ribeirão Preto por meio da Lei de Acesso à Informação.

A falta de estrutura do serviço no município levou a única cooperativa em atividade na cidade, a Mãos Dadas, a interromper o trabalho no ano passado. Segundo a presidente da cooperativa, Iracy Pereira, o serviço foi suspenso de janeiro até setembro.

Em junho, a prefeitura assinou um acordo com a cooperativa para contratar os serviços de triagem do lixo, mediado pela Promotoria.

Além da suspensão do serviço, o volume de lixo reciclado coletado também caiu 29% entre 2011 e 2012: 381 toneladas a menos entre um ano e outro.

Iracy afirma que falta investimento da prefeitura na estrutura do serviço e também campanhas de divulgação para conscientizar a população a separar o lixo.

"Tenho 40 pessoas inscritas para trabalhar na cooperativa, mas [a demanda da reciclagem] não comporta."

A presidente da cooperativa afirmou que a diminuição na coleta seletiva em parte é explicada pela má qualidade do serviço em 2010 e 2011.

Segundo Iracy, a maior parte do lixo entregue à cooperativa como sendo reciclável era lixo comum, o que contribuiu para elevar a quantidade nesses anos.

Esse foi um dos motivos que levaram a Mãos Dadas a suspender as atividades. O outro foi a falta de um contrato com a prefeitura.

A especialista em resíduos sólidos Sônia Valle Walter Borges de Oliveira, professora da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, disse que a responsabilidade sobre o serviço não deve ser totalmente atribuída ao poder público.

"O poder público é responsável pelas políticas, pelos incentivos, ele não precisa passar de porta em porta."

Isso porque um dos principais custos da coleta de lixo é a logística de caminhões, o que encarece esse modelo para a coleta seletiva, de acordo com Sônia.

No entanto, ela diz que a prefeitura, assim como Estado e União, deve promover políticas de incentivo. Como exemplo, ela cita o desconto dado por mercados dos EUA a clientes que levam material reciclado antes das compras.


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