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Feira do Livro tenta superar falta de política para leitura

Evento quer 'fisgar' leitores em Ribeirão, que viu bibliotecas diminuírem

Caiu também número de livrarias, bancas de jornal e sebos na cidade; eram 606 em 2007 e 562 em 2012

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Com queda no número de bibliotecas, livrarias, sebos e, principalmente, leitores, Ribeirão Preto inicia nesta semana a Feira Nacional do Livro com o objetivo de "fisgar" novos leitores e discutir o papel do livro e da literatura.

Nos últimos cinco anos, a cidade acumula o resultado da falta de políticas públicas de incentivo à leitura.

O projeto Ribeirão das Letras, entre 2002 a 2009, abriu 87 bibliotecas em parceria com igrejas, associações e sindicatos. Segundo o Instituto do Livro, sobraram 52.

As que sobreviveram sofrem com a falta de recursos.

Na biblioteca do Centro Cultural Campos Elíseos, não é possível saber a quantidade de livros, pois não estão catalogados.

Reservadas a livros, estantes são praticamente preenchidas por antigas enciclopédias doadas. Algumas escondem infestações de cupins.

Para o presidente do Instituto do Livro, Edvaldo Arantes, o fechamento das bibliotecas deve-se à união de algumas unidades e do desinteresse de alguns parceiros.

"O fechamento e a falta de manutenção não têm relação com a falta de repasses financeiros, mas com a boa vontade do parceiro", diz.

Para Claudio Marcondes de Castro, professor do curso de Ciências da Informação e Documentação da USP Ribeirão, o projeto tinha um viés político e um conceito raso do que é uma biblioteca.

"Em uma cidade com 600 mil habitantes, não há necessidade de 80 bibliotecas. Seria melhor ter oito --ou menos-- bem-feitas."

Galeno Amorim, idealizador do Ribeirão das Letras, diz que o projeto não teve continuidade. "Era política estruturante, que por falta de continuidade deixou de existir."

De acordo com dados do Censo Escolar de 2013, das 391 escolas de ensino fundamental, 39% têm biblioteca, e 26%, sala de leitura.

Levantamento da Acirp (associação comercial) mostra que em cinco anos o número de livrarias, sebos, bancas de jornal e papelarias caiu 7%. Em 2007, eram 606 estabelecimentos do tipo na cidade; em 2012, 562.

"O fechamento de livrarias e bibliotecas só comprova o que a gente vê: as pessoas não leem", diz Castro.


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