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Seca ameaça turismo em cidades mineiras

Municípios ao redor da represa de Peixoto temem 'sumiço' de turistas após anúncio de redução do nível de reservatório

Objetivo é garantir produção de energia elétrica, segundo ONS; acesso a Delfinópolis ficará comprometido

DE RIBEIRÃO PRETO

A decisão de reduzir ao nível mínimo a represa da usina Mascarenhas de Moraes, também conhecida como represa de Peixoto, levou as prefeituras de cidades à beira do reservatório a pressionarem o governo federal contra a adoção da medida.

Os municípios mineiros de Delfinópolis, São João Batista da Glória, Passos, Cássia e Ibiraci temem que isso afete o turismo na região, muito visitada por moradores de Franca e cidades do entorno.

O abastecimento de água em São João Batista e Passos também pode ser prejudicado, assim como o acesso a Delfinópolis, feito por barco.

A determinação do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) foi anunciada no dia 29 de abril. Na noite desta terça (20), o prefeito de Delfinópolis, Pedro Paulo Pinto (PMDB), se reuniria com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

A decisão do ONS foi adotada para garantir a produção de energia elétrica durante o período sem chuvas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, de maio a setembro, segundo informou Furnas, que opera a usina de Mascarenhas de Moraes.

As regiões enfrentam os níveis mais baixos de seus reservatórios para o mês de abril desde 2001.

A redução do reservatório pode chegar até o seu nível mínimo operacional, de 653,12 metros --elevação acima do nível do mar--, ou 10,38 metros a menos do que o nível da represa hoje.

Em Passos e São João Batista do Glória, que captam água na represa, serão feitas obras para adequar o sistema de abastecimento da cidade.

Pagas por Furnas, vão levar a um ponto mais profundo da represa as bombas de captação de água. De acordo com a empresa, o novo sistema em São João Batista já está funcionando e o de Passos deve começar as operações ainda nesta semana.

Em Delfinópolis, a queda no nível do reservatório pode levar ao fechamento das balsas, que hoje são o principal meio de acesso à cidade. O caminho alternativo é uma estrada de terra que prolonga a viagem em 20 km.

"Seria o caos na cidade. Haveria um prejuízo muito grande", disse o presidente da Câmara da cidade, Mauro César de Assis (PDT).

Os procuradores dos cinco municípios, segundo ele, se reuniram para pedir que o Ministério Público acompanhe a situação.

Ele afirmou que o turismo é a principal atividade econômica do município, que aos finais de semana chega a receber de 2.000 a 3.000 pessoas. Delfinópolis tem 7.000 habitantes, segundo o IBGE.

Furnas informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que ofereceu à prefeitura as obras para realocar o porto das balsas e para construir a estrada até o porto.

Outro possível problema para Delfinópolis com a queda no nível da represa é que o esgoto da cidade, hoje despejado direto no reservatório, passaria a correr a céu aberto com o recuo da água. A cidade não trata o esgoto.

Furnas informou que está adotando "todas as medidas possíveis" no caso. O ONS não se manifestou.


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