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Obra em Campinas é embargada após mortes
Atividades em canteiro do shopping Iguatemi da cidade são suspensas após acidente
O Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador) embargou nesta terça-feira (19) as obras de ampliação do shopping Iguatemi Campinas (a 93 km de SP), onde dois trabalhadores morreram em um desabamento na noite da última segunda-feira (18).
Com a medida, as atividades no canteiro --que já havia sido interditado pela Secretaria de Urbanismo do município após o acidente-- não poderão ser retomadas, mesmo se a prefeitura liberar o local.
Nesta segunda (19), uma laje de 15 m² desabou de uma altura de 6 metros sobre dois operários, que só foram encontrados pelos bombeiros três horas depois. Não se sabem as causas do acidente.
A polícia abriu inquérito para investigar os crimes de homicídio culposo, desabamento culposo, periclitação contra a vida e acidente de trabalho, de acordo com o delegado titular do 4º DP de Campinas, Maurício Geremonte. Uma perícia está marcada para a manhã desta quarta-feira (21).
"Eu só quero uma coisa, justiça. Só isso", disse nesta terça (20) o operário Gereson da Silva, sobrinho de Manoel Willes Bernardo da Silva, 34, e amigo de Francisco Célio Pereira da Silva, 22 --ambos vítimas do desabamento.
Marinete Silva, irmã de Manoel, se reuniu nessa terça com a Método Engenharia, responsável pela obra, e disse que a firma vai indenizar a família. Em nota, a empresa diz apenas seguir "apurando as causas da ocorrência"
Outras duas terceirizadas estão envolvidas no acidente: a MPK, empregadora dos operários, e a CPI, que instalava os pré-moldados. Procuradas, elas não se manifestaram.
Em nota, o Iguatemi Campinas diz lamentar o caso e estar à disposição das autoridades. A prefeitura afirma que a obra era legal e tinha os documentos em dia.
