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Produção de laranja cai 21% em SP em 10 anos

Apesar disso, estoques das indústrias estão grandes e produtores se queixam de preços

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Com sucessivos entraves, como doenças, supersafras e queda do consumo mundial de suco, a produção de laranja caiu 21% no Estado de São Paulo nos últimos dez anos.

Enquanto em 2004 a produção atingiu 360,8 milhões de caixas da fruta, na última foram 286,3 milhões, de acordo com dados do IEA (Instituto de Economia Agrícola).

Apesar de recentes medidas anunciadas pelo Ministério da Agricultura favorecerem o setor e de a estimativa da safra 2014 ter subido 1,7% em relação a 2013, os produtores se dizem pessimistas.

Neste mês o governo federal reajustou em 13% o preço mínimo da caixa de laranja, que passou a custar R$ 11,45. Para produtores, o valor não cobre os custos de produção.

Além disso, segundo Marco Antônio dos Santos, presidente da Câmara Setorial da Citricultura no ministério, a União disponibilizou só R$ 50 milhões para leilões de compra das caixas.

O valor, diz ele, só deve ser suficiente para comprar laranja precoce --do início da safra. "O custo de produção é de R$ 18", disse Flávio Viegas, presidente da Associtrus (associação dos produtores).

Ainda assim, o valor definido está acima do que as empresas pagaram recentemente. Segundo o Cepea/Esalq, em março o valor pago pelas indústrias foi de R$ 10,33.

Segundo Viegas, a estimativa é que até o final do ano mil citricultores deixem de produzir a fruta no Estado. Hoje, são dez mil produtores.

"Até conseguimos sobreviver com duas ou três safras com o preço abaixo do custo, mas aguentar esse cenário por dez anos é insustentável."

Para a CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), os problemas começaram em 2012, após duas supersafras.

As indústrias de suco, que consomem em média 80% da produção, não tiveram capacidade de armazenar e processar toda a safra. Em 2013, as indústrias tinham 766 mil toneladas de suco estocados.

A previsão é que até 30 de junho, quando começa a safra, os estoques caiam para 517 mil --ainda assim, 48% acima do considerado ideal.

Segundo o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto, a estimativa é que os estoques sejam normalizados em 2015 e a procura das indústrias volte a crescer. "Qualquer mercado é baseado na oferta e na procura. Quando o produto está sobrando seu preço naturalmente cai."


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