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Após ataques, PM convoca 300 para reforçar a segurança em Ribeirão
Coronel admite que cenário é preocupante e diz que policiais ficam na cidade até o fim da Copa
Sete veículos foram incendiados no fim de semana após morte de um suspeito; Alckmin diz que não vai recuar
Após ataques criminosos no final de semana, que culminaram no incêndio de sete veículos, Ribeirão Preto começou a receber o reforço de 300 policiais militares da região nesta segunda-feira (2).
Os policiais permanecerão no município até o final da Copa do Mundo no Brasil, de acordo com o coronel da PM José Roberto Malaspina.
A preocupação da corporação é com a possível escalada da violência, principalmente durante o Mundial.
"Nos preocupa o que vai acontecer em Ribeirão Preto durante a Copa, e isso já foi relatado à prefeitura em documento", afirmou o coronel.
Além desse contingente, mais 36 policiais que estariam de folga irão atuar em Ribeirão, voluntariamente, durante o campeonato.
"A situação é complexa porque existe a sensação de impunidade entre os criminosos", afirmou.
Os ataques aconteceram nos bairros Parque Ribeirão e Jardim Branca Sales, na zona oeste, em suposta represália à morte de um suspeito de roubos pela Polícia Militar.
Segundo a PM, Tiago de Campos Guandalin, 31, morador do Branca Sales, foi morto por policiais após simular pegar uma arma.
Ele estava sendo perseguido por suspeita de roubar um carro e uma farmácia no bairro Nova Aliança, na zona sul, no sábado (31).
Entre os veículos incendiados estavam um ônibus do transporte coletivo e um caminhão do Daerp (departamento de água e esgoto municipal). De acordo com a Transerp (Empresa de Trânsito e Transporte Urbano), nove ônibus foram queimados desde 2012.
Após os ataques, as linhas que circulam pelos bairros da zona oeste estão sob escolta da PM desde o domingo (1).
Serviços do Daerp foram suspensos na região, segundo Marco Antonio dos Santos, diretor-superintendente do departamento.
A PM deverá se reunir com os motoristas do transporte coletivo para definir estratégias de segurança.
O objetivo é criar um canal rápido de comunicação entre eles. A falta de segurança nos ônibus é uma das principais reclamações da categoria.
A Polícia Civil está priorizando as investigações das ocorrências do final de semana para identificar os suspeitos dos ataques.
De acordo com o coronel da PM, já há pessoas identificadas. "Não são pessoas comuns'. É um cenário preocupante", afirmou.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que esteve em Ribeirão nesta segunda (2) para inaugurar a primeira etapa de remodelação do trevo "Waldo Adalberto da Silveira", afirmou que os ataques partiram de organizações criminosas.
"[Ataques] sempre acontecem em véspera de eleição para criar caos para a segurança pública e a polícia".
"O governo não vai recuar um milímetro. Estas pessoas têm antecedentes criminais graves", disse Alckmin, ao falar sobre os ataques.