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Ribeirão

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Tráfico impõe toque de recolher em bairro alvo de ataques em Ribeirão

Ordem foi dada após a morte de suspeito de roubo; professores dizem ter medo de trabalhar

Situação no Branca Sales é vista como crítica por moradores; 19h é o limite para atividades fora de casa

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Integrantes do tráfico de drogas determinaram toque de recolher a partir das 19h a moradores do bairro Branca Sales, periferia de Ribeirão.

A ordem foi dada após a morte de Tiago Guandalin, 31, pela Polícia Militar, ocorrida no último sábado (31), que culminou em uma onda de 13 ataques criminosos e incendiários em veículos.

Morador do bairro, ele morreu baleado durante uma abordagem. De acordo com a PM, Guandalin é suspeito de ter roubado uma farmácia e um carro em bairro da zona nobre de Ribeirão Preto.

Segundo professores da única creche no bairro, o CEI (Centro de Educação Infantil) Maria Lúcia Meirelles Junqueira Reis, a situação no local é crítica. Docentes receberiam aviso, por meio de mães de alunos, sobre o horário limite para ficarem nas ruas.

"Antes do ocorrido, escutavam funk o dia inteiro. Agora é silêncio absoluto no bairro", afirmou uma professora do local, que não quis ter o nome divulgado.

Com medo de trabalhar --principalmente devido à falta de porteiros e agentes de segurança dentro da unidade de ensino--, professores e funcionários pediram ajuda ao Sindicato dos Servidores de Ribeirão Preto.

"Informamos a situação à prefeitura. Não se poder perder para o tráfico", afirmou o presidente do sindicato, Wagner Rodrigues. A informação do toque de recolher também foi confirmada à reportagem por outras oito pessoas.

A creche fica na avenida Patriarca, em frente a uma quadra de esportes onde há venda e consumo de drogas.

Perto da creche, há pelo menos outros três pontos de venda de drogas e "olheiros", que passaram a vigiar os carros que entram no bairro.

A situação foi constatada pela Folha na tarde desta quarta-feira (4). Nem os fiscais do transporte coletivo podem atuar no local. Na última segunda (2), homens em moto ameaçaram estes profissionais de morte e exigiram que deixassem o bairro.

Para moradores ouvidos pela reportagem sob a condição de anonimato, o tráfico comanda o bairro.

"O problema é que não deveriam ter matado [Guandalin] e, agora, estão todos revoltados", afirmou um deles.

Esse morador disse que o rapaz já teria se entregado antes de a polícia atirar --a polícia nega. A conduta da PM será investigada pela Ouvidoria da Polícia do Estado.

As polícias Civil e Militar afirmam que ampliaram a atuação na zona oeste, principalmente no Branca Sales.

Segundo o delegado Samuel Zanferdini, titular do 6º Distrito Policial, as investigações para identificar os autores dos ataques criminosos são prioridade da delegacia.


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