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Ribeirão

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Programa anti-HIV é ampliado após explosão no nº de usuários de crack

Distribuição de protetor labial, que está no kit da Prefeitura de Ribeirão Preto, cresceu 50%

Usuários da droga são suscetíveis ao contágio da doença por causa de sangramentos na boca e por dividir cachimbo

MARIANA BRUNO DE RIBEIRÃO PRETO

O crescimento no número de usuários de crack em Ribeirão Preto fez a direção do programa de combate a doenças sexualmente transmissíveis e HIV aumentar em 50% a distribuição de protetor labial para dependentes químicos entre 2012 e 2014.

Por dia, 20 doações do produto são feitas, no mínimo, segundo a prefeitura.

O produto, à base de manteiga de cacau, é importante para evitar rachaduras na boca e sangramentos, uma vez que os usuários de crack compartilham o cachimbo usado para fumar a droga.

Segundo Fátima Neves, coordenadora do programa, o protetor labial é mais procurado que as seringas e agulhas descartáveis, usadas para drogas injetáveis.

A distribuição do protetor labial faz parte da política de redução de dano, com o objetivo de evitar a transmissão de doenças, principalmente o HIV, e reduzir os danos causados pelo uso de droga e comportamento de risco.

"Percebemos que há uma procura grande em relação a oferta, causada pelo maior número de usuários e pelo trabalho de orientação feito pelas equipes", disse.

Além do protetor labial em formato de batom, agentes de prevenção também distribuem copos de água descartáveis e camisinhas.

A água, junto com o protetor labial, ajuda a diminuir o ressecamento dos lábios e o surgimento de feridas.

Segundo a coordenadora, os insumos mais recentes --protetor labial e água-- foram incorporados no kit de redução de danos porque a política de prevenção precisou acompanhar o crescimento explosivo do crack sobre outras drogas que predominavam nos anos 90, como a cocaína injetável.

"Ainda há a disponibilização de seringas descartáveis, mas a procura é mínima."

Nos meses mais frios, a saída dos protetores labiais é 10% maior", disse Fátima.

CONFIANÇA

Para Erickson Felipe Furtado, psiquiatra responsável pelo ambulatório de álcool e drogas do HC (Hospital das Clínicas) da USP, o trabalho de redução de danos é fundamental para a queda na transmissão de doenças e no trabalho de apoio e de confiança com usuários de drogas.

"Na última vez que eles vieram [agentes de saúde], peguei três protetores e camisinha. O crack resseca muito a boca", disse B.C.L., 20, quando chegava ao antigo galpão da Ceagesp para usar a droga no final da tarde desta segunda-feira (16).


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