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Ribeirão

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Tuberculose tem alta entre as mulheres

Aumento de casos da doença em Ribeirão foi de 61% nos últimos 10 anos, apesar de homens serem maior parte

Segundo especialista, maior 'exposição' da mulher pode explicar alta; pacientes recebem remédios no domicílio

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Em dez anos, a tuberculose avançou entre as mulheres de Ribeirão Preto, enquanto, entre os homens, teve queda.

De acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, em 2004 foram 44 mulheres identificadas com a doença. Já em 2013, o número saltou para 71 --alta de 61%.

Apesar disso, a doença ainda é predominante em homens, com 139 casos em 2013, ante os 143 de 2004.

Para Antonio Ruffino Netto, professor titular de medicina social da USP de Ribeirão e integrante do comitê técnico assessor de tuberculose do Ministério da Saúde, a maior exposição da mulher, como no mercado de trabalho, pode explicar a alta.

"As mulheres estão ocupando espaços que eram predominantemente masculinos, e esta exposição faz com que a resistência caia", disse.

O problema, segundo ele, é que as mulheres enfrentam um "segundo turno" em casa, quando voltam do trabalho, e acabam expondo os filhos aos riscos da doença.

No geral, entre homens e mulheres, os novos casos de tuberculose no período aumentaram de 187, em 2004, para 213, no ano passado.

A prefeitura acompanha 114 pacientes em tratamento da doença, que recebem diariamente a visita de técnicos em enfermagem em casa para tomarem os remédios.

"O tratamento supervisionado garante que o paciente tome todos os remédios e tenha cura", afirmou Ana Alice de Castro e Silva, chefe da Vigilância Epidemiológica.

É o caso da dona de casa Kathelen Giedre de Paula Cremonez, 19, que mora no Simioni, na zona norte. Ela está em tratamento há dois meses. Disse que desconfiou da doença porque ficou com tosse forte por mais de 15 dias --um dos principais sintomas da doença. Além disso, segundo ela, sentia dores nas costas, no peito e falta de ar.

Kathelen afirmou que, desde então, emagreceu dez quilos. Ela disse não saber como contraiu a doença, mas afirmou que encara a situação com tranquilidade.

Segundo Ana Alice, o tempo de tratamento da doença é de seis meses. E embora exista cura, ainda há preconceito da população, disse ela.

CAUSAS

Os especialistas afirmaram que a tuberculose está associada a diferentes fatores, como a baixa nutrição e más condições de moradia.

Ruffino Netto afirmou que são quatro as principais causas da doença: desigualdade social, movimentos migratórios, envelhecimento da população e Aids.

"Portadores da Aids têm mais chances de desenvolver a tuberculose por causa da baixa imunidade do organismo com a doença", disse.

Foi o que aconteceu com um porteiro de 40 anos, que faz tratamento há três meses em Ribeirão e não quis ter o nome divulgado.

Portador do vírus HIV há dez anos, ele disse que descobriu a tuberculose após realizar um exame de rotina. "Em casa, tomo todos os cuidados possíveis por causa da minha família", afirmou.


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