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Ribeirão

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Metalúrgicas têm maior corte de empregos

De janeiro a maio setor perdeu 416 vagas em 16 municípios da região de Ribeirão Preto, pior índice desde 2007

Especialistas apontam a crise vivida pelo setor sucroalcooleiro como principal motivo para a onda de demissões

HEITOR MAZZOCO JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

O setor metalúrgico na região de Ribeirão Preto bateu recorde negativo no saldo de empregos nos primeiros cinco meses deste ano, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Foram criadas 1.636 vagas no setor, ante 2.052 demissões, o que representa um saldo negativo de 416 empregos, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

O recorde anterior era de 2013, quando foram criados 1.902 postos de trabalho e as empresas demitiram 2.022 pessoas, o que representou 120 empregos a menos.

Segundo empresários e especialistas, a principal causa para os cortes é a crise no setor sucroalcooleiro, que diminuiu em até 50% a demanda junto à metalurgia. O setor faz, na entressafra, manutenções mecânica e elétrica nas usinas da região.

Os dados do governo federal são referentes a 16 cidades da região de Ribeirão (veja quadro nesta página).

De acordo com o presidente do Ceise-Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis), Antônio Eduardo Tonielo Filho, a região contava com cerca de 15 mil funcionários no setor antes da chegada da crise.

Nos cinco primeiros meses do ano o setor na cidade teve saldo negativo de 331 empregos, média de 66 por mês. Foram demitidos 1.167 profissionais nas indústrias, ante somente 836 contratações.

Para Tonielo Filho, as demissões no setor metalúrgico só não foram maiores porque empresas não têm condições de arcar com os gastos das rescisões contratuais.

"Quando [as metalúrgicas] demitem, parcelam em dez vezes", afirmou.

Há indústrias na região que, para não dependerem somente do setor sucroenergético, diversificaram as atividades para tentar driblar a crise financeira (leia texto nesta página).

PREFERÊNCIA

O presidente do Ceise-BR disse ainda que as usinas não têm encomendado serviços porque sofrem com a preferência do governo federal, que subsidia a gasolina.

"[O governo] Não usou o etanol como matriz brasileira, o que deve ser feito. Preferiu subsidiar a gasolina."

De acordo com o docente da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP, Luciano Nakabashi, as indústrias, principalmente de Sertãozinho, estão trabalhando com uma ociosidade muito grande.

"Estão demitindo muita gente. E isso afeta o desempenho do emprego regional."

Para Eduardo Molina, ex-gerente da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Ribeirão, Sertãozinho sofre mais devido justamente à concentração de equipamentos para usinas de açúcar e etanol.

"Como o setor vive essa crise financeira, a demanda diminui e há muitas demissões", disse.

Em 16 municípios da região, de acordo com o Caged, o setor metalúrgico gera hoje 7.087 empregos formais, em 505 estabelecimentos.


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