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Ribeirão

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Em crise, municípios suspendem serviços

Operações de tapa-buraco, limpeza urbana e até merenda escolar foram afetadas em toda a região de Ribeirão

Prefeitos dizem que o problema financeiro foi agravado pela queda nos repasses do ICMS desde o início deste ano

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Mergulhados em uma crise financeira, municípios da região de Ribeirão Preto suspenderam ou reduziram serviços como as operações de tapa-buraco, limpezas de praças e ruas e até merenda.

O problema, segundo prefeitos ouvidos pela Folha, é a queda no repasse do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). Especialistas dizem, porém, que a queda no repasse do tributo é "desculpa" para a má gestão.

"Nenhuma prefeitura pode depender apenas dos tributos de fora", disse Adriano Henrique Rebelo Biava, professor da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade), da USP, especialista em finanças públicas.

Entre as medidas adotadas estão até as mais impopulares. Em Araraquara, por exemplo, o prefeito Marcelo Barbieri (PMDB) cortou o café da manhã servido a estudantes da rede estadual, atingindo 20 mil alunos.

A alimentação era servida na entrada das aulas, às 7h. As frutas, que eram oferecidas como lanche, também deixaram de ser fornecidas.

"É um absurdo cortar comida de aluno. Tem semana que não teve almoço", afirmou Suzete Delascrea, 38, mãe de uma estudante.

A prefeita Cleide Berti (PTB), de Américo Brasiliense, afirmou que também deverá determinar a redução no cardápio da merenda dos alunos da rede municipal.

"É a terceira vez que assumo a prefeitura, e a primeira que enfrento uma crise tão avassaladora", afirmou.

Novas ligações de água que demandam corte no asfalto estão suspensas porque, segundo ela, não há verba para o reparo. "Acabou o dinheiro", disse Berti. A prefeita afirmou ainda à reportagem que o vale-alimentação dos funcionários da prefeitura não foi pago neste mês.

Na infraestrutura urbana, outro dilema: o tapa-buraco foi extinto há uma semana.

Em Rincão, o serviço também não está sendo feito, segundo o prefeito Amarildo Dudu Bolito (PT). "Estamos deixando de fazer investimentos em obras viárias, como sinalizações de trânsito."

Segundo o prefeito, os cortes são feitos em áreas que, a princípio, não serão sentidas pela população.

O diretor de finanças de São Carlos, Douglas Marangoni dos Santos, disse que houve a redução no tapa-buraco e limpeza de praças, prédios públicos e ruas.

A limpeza urbana também foi afetada em Barretos. Segundo a assessoria do governo, houve redução de funcionários terceirizados que atuam na varrição.

Os municípios ainda enfrentam dificuldades para quitar fornecedores.

Desde o início do ano, as empresas estão recebendo o pagamento em atraso, como em Tabatinga, Américo, Araraquara e Ribeirão Preto.

"Estamos com uma receita baixa para fazermos uma gestão plena", afirmou Rafael Camargo (DEM), prefeito de Tabatinga.


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