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Araraquara superfaturou compra de lousas digitais, diz laudo judicial

Prefeitura gastou R$ 32,5 mil em cada uma das 44 lousas, incluindo serviços; preço seria de R$ 12 mil

Governo informou que valor cobrado pela empresa foi "vantajoso e adequado", e aguarda avaliação da Justiça

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Perícia feita a pedido da Justiça numa ação movida pelo Ministério Público Estadual apontou que a Prefeitura de Araraquara superfaturou em até 959% a compra e os serviços de 44 lousas digitais usadas em escolas.

A aquisição foi feita em 2010, durante a primeira gestão do atual prefeito Marcelo Barbieri (PMDB). Na ação, ele é suspeito de práticas de improbidade administrativa na licitação das lousas.

A empresa vencedora da concorrência, a Clasus Brasil Informática Ltda., é alvo de ações semelhantes em Jaú, Jaguariúna, Mongaguá e Monte Mor.

Além de pagar R$ 14 mil a cada uma das 44 lousas, o governo de Araraquara pagou R$ 18.500 por serviços prestados, considerado um "abuso" pelo promotor Raul de Mello Franco Júnior.

De acordo com o perito Roberto Hiratuka, para a prestação destes serviços, foi constatada uma oscilação de preços no mercado que variou entre 107% a 959%.

"A perícia deixa claro que houve o superfaturamento e o direcionamento da licitação", disse Franco Júnior. Em sua manifestação à Justiça, ele afirmou que "não se pode tolerar que atos escandalosos como esses recebam respostas tímidas".

GASTOS

Quanto aos valores dos equipamentos, o perito apontou que a melhor lousa digital vendida no mercado brasileiro, da marca canadense SmartBoard, custa entre R$ 8.000 a R$ 12 mil.

Já o projetor custou R$ 5.500 à prefeitura. No entanto, Hiratuka constatou que equipamentos do mesmo tipo são vendidos a R$ 2.580.

Ele constatou ainda que 20 dos projetores entregues eram de menor qualidade, que não atenderam as especificações do edital.

Para efeitos de comparação, de acordo com a perícia, a empresa cobrou R$ 490 por cada um dos 61 hubs de conexão (dispositivo usado para várias conexões).

No entanto, Hiratuka constatou que nenhum fornecedor cobra pelo dispositivo. Além disso, em visita a escolas, não encontrou nenhum hub instalado nas lousas.

A prefeitura também pagou R$ 420,9 mil pelo serviço de "suporte técnico pedagógico", que nunca existiu, segundo o perito nomeado.

Outro custo superfaturado, segundo a perícia, foi a compra de software usado em cada uma das lousas digitais. O programa custou, cada um, R$ 2.400.

"Neste tipo de comércio, o software é geralmente fornecido sem custo algum para quem adquiriu a lousa", informou Hiratuka.

Contrariando o próprio edital, o governo pagou ainda R$ 1.700 a cada equipamento montado --no entanto, a previsão era de que a montagem seria de responsabilidade da empresa.

De acordo com o promotor, pela montagem ser simples, a própria prefeitura teria condições de fazê-la. A Justiça ainda não se manifestou sobre a perícia.

O administrador da Clasus, José Santos, disse que irá aguardar a decisão da Justiça para se manifestar.


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