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Ribeirão

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Com dívidas, Santas Casas podem parar atendimentos

Para quitar valores, hospitais deixam de investir e temem colapso na saúde

Pronta há 18 meses, ala da Santa Casa de Franca aguarda por recursos para operar; governos dizem investir no setor

HEITOR MAZZOCO JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

O endividamento e a falta de recursos podem suspender atendimentos nas principais Santas Casas da região de Ribeirão Preto, a exemplo do que aconteceu na Santa Casa de São Paulo, em julho.

O alerta é de José Cândido Chimionato, diretor da Santa Casa de Franca e coordenador regional da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo).

Levantamento da Folha a partir de dados repassados pelas direções das Santas Casas de Franca, São Carlos, Araraquara e Barretos aponta que as dívidas nas unidades chegam a R$ 171 milhões.

De acordo com Chimionato, endividadas, as unidades perdem a capacidade de investir e temem o colapso.

"Essa é a realidade de 80% dos hospitais filantrópicos do Brasil. Pode ocorrer [paradas] se o financiamento para a saúde continuar como está [subestimado]", disse.

Em Barretos, por exemplo, procedimentos e atendimentos já chegaram a ser interrompidos no ano passado. Há um ano, a unidade está sob intervenção municipal.

A dívida chega a R$ 63 milhões. Segundo o secretário da Saúde, por mês, R$ 500 mil da receita são usados para pagar parte da dívida, o que inibe investimentos.

"Os equipamentos são muito antigos. Temos vontade de adquirir aparelhos novos, mas não há possibilidade no momento", disse.

Em Ribeirão, o atraso nos repasses da prefeitura gerou uma crise. A Promotoria definiu que o município não poderá mais atrasar. "O atraso pode afetar atendimentos", disse o superintendente Marcelo Di Bonifácio.

SEM INAUGURAR

Em Franca, Chimionato disse que o hospital vive "no limite". Com uma dívida de R$ 53 milhões, a unidade é obrigada a destinar R$ 1 milhão por mês para a pendência, o que impede aportes. "Só para reequipar a Santa Casa precisaríamos de R$ 5 milhões", afirmou.

Prova de que faltam recursos, uma ala inteira do hospital espera para ser inaugurada há um ano e meio. Eles aguardam a contratação de funcionários e a definição de quem pagará as contas.

A nova enfermaria conta com 64 leitos. "Preciso de R$ 1,8 milhão a mais por mês, mas não temos verba", disse.

Na Santa Casa de São Carlos, a dívida do hospital é de R$ 30 milhões. Para quitar a pendência, a unidade paga R$ 800 mil mensais a bancos.

"Não conseguimos melhorar os salários dos funcionários, os equipamentos", disse o diretor-superintendente da unidade, Gilberto Brina.

Na Santa Casa de Araraquara, o diretor Jader Pires afirmou que, por mês, a parcela para quitar a dívida de R$ 25 milhões é de R$ 350 mil, o que também diminui a capacidade de investimento.


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