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Ribeirão

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'Vizinhos' respondem por 44% das internações

Hospitais de Ribeirão tiveram 26.641 pacientes de outras cidades em 2012

Volume preocupa as autoridades e expõe deficiências na rede de saúde; alta em repasse é cobrada pelo município

CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

Os pacientes internados em hospitais de Ribeirão Preto vindos de outros municípios corresponderam a 44% do total em 2012.

O mapeamento, feito pela prefeitura entre os anos de 2008 a 2012, ficou pronto só agora e foi apresentado ao Ministério da Saúde.

O objetivo é convencer as autoridades federais a aumentar os repasses para os atendimentos de média e alta complexidade.

O volume preocupa as autoridades porque o planejamento do número de leitos fica prejudicado em função das internações demandadas pelo município e pelas cidades da região e de outros Estados.

Ribeirão Preto vive uma crise na saúde. A rede de atenção básica, de responsabilidade da prefeitura, é alvo de investigações por negligência no atendimento.

O governo da prefeita Dárcy Vera (PSD) também é acusado de não fazer regularmente os repasses a hospitais privados que reservam parte dos leitos para o atendimento público municipal.

A cidade tem 1.672 leitos disponibilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde), segundo o CFM (Conselho Federal de Medicina), sendo que parte atende apenas determinadas especialidades, como obstetrícia, o que acontece na Mater, por exemplo.

Esta quantidade de leitos representa 2,5 vagas por cada mil habitantes --o SUS preconiza um ideal de 2,5 a 3 leitos para cada mil moradores.

Outra agravante na gestão da saúde apontado pelo estudo é o envelhecimento da população que demanda cada vez mais serviços assistenciais do sistema de saúde.

Fora estas questões, o levantamento apontou ainda um aumento geral do número de internações de até 1.227% entre 2008 e 2012.

PRECARIZAÇÃO

Para o professor Nelson Rodrigues dos Santos, da faculdade de medicina da Unicamp, o aumento do número de internações revela uma precarização da atenção básica. "Quando a atenção básica é bem feita, os atendimentos de mais complexidade diminuem", disse.

Segundo Santos, o atendimento de grande quantidade de pacientes de outras localidades pesa no orçamento da saúde municipal. "O repasse da tabela SUS para os atendimentos é em média 30% menor ao valor real do procedimento", disse Santos.

Procurada, a prefeitura de Ribeirão afirmou que no levantamento há uma defasagem de R$ 16 milhões em verba para aplicação na saúde do município para este setor.

Em 2012, por exemplo, o deficit foi de R$ 21,4 milhões. Há a alegação de que o aumento populacional da cidade e região aumentou, porém, não houve acompanhamento nos repasses governamentais para o setor.

Segundo o mapeamento, Santa Cruz da Esperança é o município que registrou o maior envio de pacientes para os hospitais em Ribeirão. O número cresceu 72% entre 2008 e 2012. Além de Ribeirão, a cidade encaminha seus pacientes para hospitais de Cajuru, tudo por convênios.


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