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Ribeirão

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Monte atrai evangélicos em busca de cura em Ribeirão

Ponto de peregrinação está localizado próximo à rodovia Candido Portinari

Especialista diz que a prática de subir morros para rezar é comum entre pentecostais e que tem origem bíblica

CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

Bem longe da ostentação do Templo de Salomão --nova e luxuosa sede da Igreja Universal do Reino de Deus inaugurada em julho em São Paulo-- o "monte da cordinha", em Ribeirão, atrai centenas de evangélicos diariamente que buscam "encontrar Deus" no local isolado.

O monte fica no quilômetro 324 da rodovia Candido Portinari e é visitado por religiosos, na maioria pentecostais, para rezas, leituras e conversas sobre cristianismo.

Não há nenhum tipo de construção no local, apenas os bancos de pedra, madeira e bambu na área que tem cerca de 12 clareiras espalhadas na mata e que são usadas como espaços para cultos.

O apelido dado ao local faz referência a uma corda amarrada em troncos de madeiras que forma um corrimão improvisado e ladeia o caminho que leva ao cume do monte.

A maioria dos fiéis se reúne no alto do monte durante a noite. Além da Bíblia, eles levam colchas e sacos de dormir para se sentarem na mata. Mas alguns chegam a passar várias noites e dias no local rezando.

Eles vão em grupos de até cem pessoas, liderados por pastores, ou sozinhos.

Para chegar ao cume, é preciso subir com cuidado a trilha estreita e íngreme de cerca de 300 metros. É necessário também fôlego e preparo.

Apesar da dificuldade, doentes costumam subir em busca de uma cura espiritual.

"Quando fui, tinham medo que eu pudesse cair e despencar de lá de cima, mas fui com um propósito e cheguei", disse a enfermeira Francine de Arruda da Silva, 38.

Ela tinha 28 anos quando foi diagnosticada com síndrome do pânico e passou a tomar medicação controlada, que a deixava com tonturas.

"Não queria ficar viciada em remédio", disse. "Então, resolvi ir ao monte pedir pela minha saúde e desci curada." Segundo Francine, ela deixou de tomar os remédios e suas crises cessaram.

Pastor em Jardinópolis, Givaldo Lima, é um dos que costuma levar fiéis ao local. "É abençoado", afirmou.

O professor de sociologia da teologia da PUC São Paulo Edin Sued Abu Manssur disse que a prática de buscar morros para rezar é comum entre os pentecostais e tem raízes bíblicas.

"Há vários locais desse tipo na região do ABC paulista, por exemplo."

Apesar de receber uma grande quantidade de visitantes de forma livre, o "monte da cordinha" fica em uma área particular. A Folha procurou o dono do local, mas não obteve retorno até a conclusão desta edição.


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