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Seca avança e agrava problemas na região
Caminhões-pipa são usados em três cidades para abastecer zonas urbana e rural; racionamento atinge 244 mil
Em Barretos, o consumo de água deve aumentar em 40% nos próximos dias devido à Festa do Peão de Boiadeiro
Mais gastos diários, a necessidade de transportar água em caminhões-pipa, o deslocamento de bombas de captação e o receio de deficit hídrico devido a um evento que recebe 900 mil pessoas.
Esses são alguns dos problemas enfrentados por cidades devido à seca prolongada de 2014. Oficialmente, 244 mil habitantes de nove cidades enfrentam racionamento de água, mas os problemas atingem toda a região.
Em três cidades, moradores estão sendo obrigados a usar caminhões-pipa para o abastecimento, aumentando os gastos diários.
Em Tambaú, por exemplo, em dias alternados, metade da população fica 24 horas sem água. Por causa disso, a prefeitura passou a alugar caminhão para empresários que necessitam de água sem tratamento para lavar piso de restaurantes e para lava-rápido de veículos.
"Paguei a taxa de R$ 14,50 algumas vezes para a prefeitura, mas agora comprei um contêiner para transportar água", afirmou o empresário Maurício Martinelli, 29.
Segundo o empresário, ele chega a investir R$ 40 no mínimo para buscar água diariamente de fontes fora da cidade para manter o funcionamento do seu restaurante.
O problema também existe em Cajuru. Não há desabastecimento na zona urbana, segundo a Sabesp, mas na zona rural os poços artesianos usados por sitiantes estão secando.
A prefeitura tem fornecido desde junho, mas com mais intensidade agora, caminhões-pipas para os proprietários rurais abastecerem casas e também para alimentar criações e irrigar lavouras.
Já em Brodowski, a quebra de uma bomba de captação faz com que caminhões abasteçam 60% da cidade desde o último sábado (9).
ALTERNATIVA
Outras localidades buscam alternativas para amenizar os efeitos da estiagem prolongada. Em Pedregulho, está sendo colocada em operação uma captação auxiliar de água para compensar a queda de vazão do córrego Indaiá, que atende a cidade.
Em Colômbia, a Sabesp precisou mover um conjunto de bombas de captação no interior do rio Grande, que abastece a cidade, por dez metros devido ao baixo nível.
A falta de chuvas também preocupa o departamento de água de Barretos. A cidade está prestes a sediar a Festa do Peão de Boiadeiro --principal evento sertanejo do país-- a partir do próximo dia 21.
Segundo o superintendente do Saaeb (serviço de água e esgoto), Silvio Ávila, o consumo de água sobe em média 40% durante o evento, que prevê 900 mil pessoas.
"É uma preocupação. Vamos aumentar o incentivo ao uso consciente da água até lá", afirmou Ávila.
A cidade é abastecida pelo córrego Pitangueiras, que, apesar da seca, ainda mantém seu nível estável.
Ibaté também iniciou campanha pedindo a redução do uso da água.