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Foco

Cavaleiro que saiu do Canadá chega a Barretos após dois anos e 16 mil km

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Dois anos, um mês e 15 dias depois de sair de Calgary (Canadá) e percorrer 16 mil quilômetros, o brasileiro Filipe Masseti Leite, 27, realiza neste sábado (23) em Barretos o sonho de atravessar as Américas a cavalo e chegar à Festa do Peão de Boiadeiro mais tradicional do país.

O Cavaleiro das Américas, como ficou conhecido, disse que toda essa história começou quando ele ainda era criança. "Meu pai me contava a história de um suíço que cavalgou da Argentina para os Estados Unidos em 1925. Pensei: Nossa, como é possível andar a cavalo por todos esses países? Um dia vou fazer isso", disse o jovem.

Ele se refere ao suíço Aimé Tschiffely, que viajou 25 mil quilômetros a cavalo, de Buenos Aires a Nova Iorque.

A história foi contada no livro "Tschiffely's Ride", obra preferida de seu pai, que virou leitura de cabeceira de ambos e se transformou na maior inspiração para Filipe viajar do Canadá ao Brasil.

A aventura do brasileiro foi registrada e vai virar um livro e um documentário --Leite se formou em jornalismo no Canadá. Uma festa está sendo preparada em Barretos para receber o cavaleiro. Artistas e comitivas vão recepcioná-lo no estádio de rodeios projetado por Oscar Niemeyer.

Um monumento no Parque do Peão, onde o evento é realizado, também será inaugurado, e reproduz Leite e seus três cavalos: dois da raça mangalarga (Frenthie e Bruiser) e um mustang (Dude).

Em alguns momentos, o Leite contou que quase pensou em desistir da viagem. Em agosto e setembro do ano passado ele presenciou dois assassinatos e uma tentativa de homicídio.

"Na Guatemala vi duas mortes. Um morreu porque roubou uma galinha e um outro porque estava envolvido com o narcotráfico. Aquela região tem muita guerra, principalmente no México."

Em Honduras, ele conta que viu um marido tentar matar a mulher com cinco tiros.

"Fiquei muito abalado. Estava sozinho, sem família. Me perguntava: O que estou fazendo aqui? Mas tive forças e continuei. Não poderia deixar meus cavalos para trás. Eles são meus filhos, meus companheiros, meus melhores amigos. Não poderia abandoná-los. Nunca."

A Festa do Peão de Barretos é realizada até o dia 31.


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