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Ribeirão

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Área de recarga do aquífero levará 4 anos para se recuperar da seca

Nível da lagoa do Saibro, na zona leste de Ribeirão Preto, diminuiu ao menos dez metros

Especialistas dizem que efeitos da seca serão percebidos ao longo dos anos e recomendam captação no rio Pardo

GABRIELA YAMADA DE RIBEIRÃO PRETO

Praticamente seca em decorrência da estiagem recorde, a área de recarga do aquífero Guarani, em Ribeirão Preto, deve voltar ao normal apenas daqui a quatro anos.

A estimativa é do CBH-Pardo (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo).

A lagoa do Saibro, na zona leste, já rebaixou pelo menos dez metros, segundo o químico Paulo Finotti, vice-presidente do comitê.

A área é responsável por absorver a água da chuva, que vai até o lençol freático, onde está o aquífero.

O manancial subterrâneo abastece toda a cidade.

De acordo com Carlos Alencastre, diretor do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a consequência desta seca será percebida ao longo dos anos.

"De imediato, a população não irá sentir os efeitos porque é subterrâneo", afirmou.

Segundo ele, é necessário que o município já comece a captar água do rio Pardo.

Para Finotti, Ribeirão entra num processo de "contenção". "Sem recarga, é preciso reduzir o consumo de água imediatamente."

Dados do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) apontam que o consumo teve alta de 8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2013.

Foram 28,7 bilhões de litros neste ano, ante os 26,7 bilhões no ano passado.

O consumo médio diário por cada habitante, segundo a autarquia, é de 256 litros --mais que o dobro do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 120 litros.

Entretanto, segundo Finotti, é preciso um "choque de gestão" na prefeitura. "A perda de água na rede é muito grande."

O governo calcula a perda em 40%. Ou seja: quase metade da água é desperdiçada pelo próprio município.

Para agravar a situação, a área do Saibro e sua margem estão se tornando alvo de despejo irregular de lixo.

A Folha esteve no local nesta segunda-feira (25) e encontrou jogados sacos plásticos, garrafas pet, embalagens e até um sofá.

Os objetos foram encontrados 14 dias depois de a prefeitura ter feito uma limpeza na área e retirado cerca de 500 quilos de materiais.

SEM PLANEJAMENTO

Apesar da estiagem prolongada, a crise no abastecimento é resultado da falta de planejamento. Como exemplo, o Daee aponta Tambaú, onde foi decretado estado de calamidade pública no dia 19.

Nesta segunda, técnicos do departamento estiveram na cidade para iniciar o processo de outorga de novas fontes de abastecimento.

Entre elas estão o rio Clarinho e o córrego do Macuco, ambos de forma emergencial.


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