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Queda na venda de veículos novos derruba faturamento do varejo
Retração no setor foi de 9,7% em junho na região de Ribeirão; índice supera o do Estado, de 7,2%
Venda de carros zero caiu 24%, segundo a Fecomércio; já o setor de eletrodomésticos teve redução de 81%
O faturamento do comércio varejista da região de Ribeirão Preto atingiu R$ 2,2 bilhões em junho, com perda de 9,7% em relação ao mesmo mês do ano passado, que foi de R$ 2,4 bilhões.
O índice é maior que a média estadual, de 7,2%.
Os dados são da pesquisa conjuntural do comércio varejista da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).
Terceiro maior faturamento na região, o setor automotivo foi o principal responsável pelo resultado, segundo o assessor econômico da federação, Guilherme Dietze.
Houve diminuição de 24% na venda de automóveis novos, de R$ 408,7 milhões, no ano passado, para os atuais R$ 310 milhões.
Em Ribeirão, na concessionária Lance Fiat, por exemplo, houve queda de 12% na venda de carros novos no período, de acordo com o gerente geral, Luciano Henriques.
"Apostamos que os seminovos terão alta nas vendas até o final do ano", disse.
OUTROS SETORES
Outro setor de peso para a região, o de materiais de construção, registrou retração de 10,9%: de R$ 184 milhões para R$ 164 milhões.
Ainda segundo a pesquisa, lojas de eletrodomésticos e eletrônicos tiveram queda de 81% nas vendas: R$ 225,3 milhões para R$ 42,7 milhões.
"A falta de perspectiva de crescimento econômico impacta diretamente no poder de compra", disse Dietze.
O crédito escasso e a falta de novos investimentos de consumidores foram contrabalanceados pelo setor básico. Os supermercados tiveram alta nas vendas de 7,3%, com maior faturamento em junho, de R$ 706,8 milhões.
Para Ribeirão, a expectativa para os próximos meses é que haja alta no faturamento, segundo Marcelo Buosi, economista do Sincovarp (Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto).
No entanto o aumento não deverá ser expressivo. "A economia voltou a ter movimento, mas ainda não é possível falar em recuperação", disse.
Flávio Calife, economista da Boa Vista SCPC, afirmou que, perto das eleições, o cenário das atividades do comércio varejista tende a ficar mais lento.
"Consumidores e empresários ficam mais cautelosos quanto a novos investimentos porque o cenário é incerto", afirmou.
INADIMPLÊNCIA
A piora dos índices econômicos influenciou a alta da inadimplência, que de janeiro a agosto cresceu 8,4% em relação a igual período do ano passado na região. O índice é maior que a média brasileira, de 2,7%.
"Embora esteja alta, a tendência é que se mantenha em queda até final do ano", afirmou Calife.
Um dos motivos, segundo ele, é a injeção do 13º salário a partir de novembro.