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Projeto polêmico de estrada no cerrado da UFSCar é aprovado

Cetesb autoriza acesso, apesar da resistência de universitários

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Depois de dez anos de análises e discussões, a UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) recebeu autorização para desmatar uma área de cerrado e construir uma via, no campus de São Carlos.

A autorização é da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

Serão desmatados 2,8 dos 50 hectares de cerrado para a construção de uma via de 900 metros, ao custo de R$ 5 milhões, que deverá ser concluída até o final do primeiro semestre de 2015.

De acordo com a universidade, a nova via irá ligar a área já urbanizada do campus a novos prédios, que ainda serão construídos.

Desde 2004 a universidade tenta a aprovação da obra. A área a ser desmatada, inclusive, reduziu de 15% do total de cerrado para 5,6%.

Estudantes da universidade, contrários ao projeto, criaram um abaixo assinado e planejam manifestações

Eles temem que a intervenção, mesmo atingindo uma área pequena, afete a biodiversidade local.

Além do local ter uma das poucas áreas de cerrado preservadas, em todo o Estado de São Paulo, ali vivem animais com risco de extinção como o lobo-guará e gato-do-mato pequeno.

"A passagem dos animais, de um lado a outro da via, ficará comprometida", disse a bióloga Priscilla Loiola.

Como consequência disso, segundo ela, a reprodução das espécies também poderá ser afetada.

A Cetesb, que anteriormente havia dado parecer desfavorável ao projeto, afirmou que a obra foi liberada porque a universidade terá que plantar quatro vezes o que desmatar do local.

Segundo o órgão, a liberação prevê o replantio de 11,3 hectares de cerrado.

Os estudantes, no entanto, afirmam que as espécies do cerrado não conseguem se reproduzir e se desenvolver de forma artificial.

"Não temos tecnologia e conhecimento suficientes para fazer com que essas espécies se desenvolvam no replantio", disse a especialista.

Para os alunos, a alternativa para o acesso à área de expansão é a utilização da marginal da rodovia SP-318, acesso que já existe ao local.

O projeto ainda prevê a construção de passagens aéreas e subterrâneas para os animais, uso de pavimentação permeável e monitoramento do cerrado e fauna.


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