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Matas só vão se recuperar de incêndios em 20 anos

Das 10 principais áreas de preservação do Estado na região, 6 foram atingidas

Administrador de floresta cria rede de contatos com prefeitura e usinas para proteger reserva ameaçada

THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETO

Reservas ambientais atingidas por incêndios nas últimas semanas na região de Ribeirão Preto só serão recompostas num prazo de 20 anos. Com a estiagem recorde de 2014, seis das dez principais áreas de preservação do Estado na região foram atingidas por queimadas.

A avaliação de especialistas aponta que, apesar de o estágio de amadurecimento das matas ser atingido em duas décadas, caso nenhum novo incêndio ocorra, a recuperação completa do que foi perdido demorará muito mais e pode nem acontecer.

Além de vegetações como cerrado e mata atlântica terem sido atingidos, aves, macacos e até onças morreram ou foram obrigados a migrar para outros locais em busca de comida.

Neste ano, segundo a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, as estações de Jataí, em Luiz Antônio, e Mata de Santa Tereza, em Ribeirão, registraram o maior número de focos e prejuízos.

A primeira teve 52 focos registrados por um dos satélites do Inpe e 380 hectares atingidos. Na segunda, foram identificados 131 focos e 72 hectares de área devastada em um incêndio que chegou a ser combatido com o auxílio de aviões pulverizadores.

As matas de gestão estadual são divididas entre instituto e fundação florestal.

Para Marcelo Zanata, diretor do instituto Florestal, a maioria dos incêndios ocorre por ação humana.

"Ficamos de vigia esperando a fumaça, preparados para combater, com aceiro [área limpa entre a vegetação] pronto e capinado. Fica difícil se o ser humano acender o palito ou o isqueiro."

Zanata, que administra a floresta de Batatais, disse que há cem dias os funcionários atuam de plantão. As medidas preventivas são os aceiros e limpeza de divisas, além de tratores e tanques de água para atendimento imediato.

Em Batatais, ele afirma que tem uma rede de contatos com prefeitura e usinas para casos emergenciais. A floresta perdeu 40 hectares de vegetação de pinos neste ano. A área, que tem 1.500 hectares, tem um trabalho de reflorestamento de 120 hectares em andamento.

Docente da USP e especialista em reflorestamento, Ricardo Ribeiro Rodrigues disse que matas que queimaram mais de uma vez têm processo de recuperação mais lento.

"A mata, se queimada uma vez, se recupera bem, mas a segunda tem efeito muito forte por ter condições mais propícias para o fogo."

De acordo com ele, demora 20 anos para que uma restauração não tenha riscos de se degradar sozinha.


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