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Ribeirão

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Doença em pomares dos EUA traz esperança a citricultores no Brasil

Expectativa é que redução da produção nos EUA leve a preços maiores sobre a caixa de laranja

Associação de empresas processadoras de suco afirma, no entanto, que a perspectiva de alta da demanda é pequena

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

Grande responsável pelos prejuízos de safras anteriores no Brasil, o greening atingiu e comprometeu a safra de laranja da Flórida (EUA). O Estado norte-americano é o maior concorrente dos produtores brasileiros.

De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA, a safra deste ano foi de 104,6 milhões de caixas, o menor volume em 29 anos. Estimativas já apontam que para a próxima safra, o volume de frutas deve ser ainda menor-- cerca de 96 milhões de caixas.

Para os produtores brasileiros, que sofreram nos últimos dois anos com safras elevadas e doenças nos pomares (greening e cancro), e, neste ano, com a falta de chuvas, a quebra da safra americana pode ser a "esperança" de alta no preço da fruta.

Para Flávio Viegas, presidente da Associtrus (Associação Brasileira de Citricultores), o aumento da exportação depende da demanda pelo suco de laranja brasileiro.

"Cria-se uma expectativa de melhores preços no próximo ano, já que eles terão que complementar a produção deles com as nossas frutas", disse Viegas.

A Citrus-BR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), no entanto, disse que a perspectiva de aumento da demanda pelo suco brasileiro é pequena.

Para Marco Antônio dos Santos, presidente da Câmara Setorial de Citricultura do Ministério da Agricultura, os produtores devem progressivamente sentir o aumento da procura pela fruta.

"A quebra da safra americana não terá um impacto a curto prazo e nem vai recuperar as perdas deste ano. Mas pode ser o início de uma recuperação do setor", disse.

Neste ano, os produtores brasileiros tiveram prejuízo com a estiagem, que reduziu o tamanho dos frutos. Menores e com menos água, as laranjas são mais vantajosas para a indústria de suco, responsável pela compra de 80% da safra brasileira.

Por isso, a laranja ficou mais leve --o que é prejudicial para o produtor que vende por peso. Frauso Sanches, produtor em Ibitinga, disse que a previsão é de que as frutas continuem pequenas na próxima safra.

"A falta de chuva desse ano vai impactar na próxima safra, porque a planta está estressada e sem reserva nutricional. Ela não vai conseguir segurar ou desenvolver um fruto muito grande", disse Sanches, que estima ter perdido até 30% de sua safra.

O produtor estimava produzir 220 mil caixas, mas com a estiagem só produziu 150 mil caixas do fruto.

Fernanda Palmieri, analista de mercado de cítricos pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, disse que a procura americana pelos frutos brasileiros deve render uma melhora no preço pago aos produtores.

Com um custo de cerca de R$ 18 por caixa, hoje, eles recebem R$ 10. "Não dá para prever quanto e se o preço do próximo ano vai cobrir os custos dos produtores. Mas o valor vai aumentar e dar uma aliviada", disse ela.


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