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Ribeirão

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Sem pediatra, paciente faz 'peregrinação'

Pais precisam percorrer unidades de saúde de Ribeirão Preto para conseguir atendimento especializado aos filhos

Prefeitura confirma nº insuficiente de médicos e promete lançar edital para contratar pessoal já na próxima semana

GABRIELA YAMADA THOMAZ FERNANDES DE RIBEIRÃO PRETO

Com deficit de pelo menos 28 pediatras na rede pública de Ribeirão Preto, moradores são obrigados a fazer uma peregrinação entre unidades de saúde para conseguirem atendimento de emergência.

O problema acontece, principalmente, de quinta-feira a domingo, segundo informações do próprio governo.

As crianças que moram na região do Quintino Facci 2, na zona norte, são as mais afetas pela falta dos médicos.

Em nota, a prefeitura informou que irá publicar um edital de contratação de pediatras já na próxima semana (leia texto nesta página).

De acordo com a escala divulgada pela prefeitura, a UBDS (Unidade Básica Distrital de Saúde) daquele bairro não contará com pediatras neste final de semana, das 18h à 0h.

Deve ocorrer o mesmo entre os dias 3 e 7 de outubro, segundo o documento da Prefeitura de Ribeirão.

O aposentado Celso Antônio Quintiliano, 41, disse que já precisou fazer essa "peregrinação" por duas vezes.

A primeira aconteceu durante um final de semana. Sem pediatra no Quintino, teve de chamar um táxi para levar o filho a outra unidade.

O problema, segundo ele, foi a falta de informação dos próprios funcionários.

"Fui para a [UBDS] Sumarezinho e lá também não tinha [pediatra]. Daí corri para a UPA", afirmou.

A falta de pediatras entre as 18h e as 0h também acontece na UBDS Vila Virgínia. Já na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) faltam pediatras durante o dia.

Neste domingo, por exemplo, não haverá esses especialistas entre as 13h e as 19h na UPA. Já no dia 5, terá pediatra apenas entre as 7h e as 13h.

A dona de casa Larissa Rigueiro, 25, mãe de uma menina de três anos, disse que teme que a filha fique doente e precise de atendimento médico aos finais de semana.

"Nunca sei se terá médico para atendê-la. É um sufoco quando a gente precisa", disse ela, que é atendida na região da Vila Virgínia.

Milena Serafim, professora de administração pública da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), afirmou que as limitações financeiras do poder público impedem as contratações.

"É a lei do mercado. Quem paga mais consegue minimamente estes profissionais."

Já Pérsio Roxo Júnior, professor de pediatria da faculdade de medicina da USP Ribeirão, disse que a falta desses profissionais se deve ao desinteresse dos estudantes pela especialidade.

"A cada turma que se forma, o número de interessados em se tornar pediatra varia entre 5% e 7%", disse.

Ainda segundo ele, a pediatria demanda dedicação e consultas mais longas, sem intervenções cirúrgicas, por isso alunos seguem outras áreas.


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