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Ribeirão

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Ribeirão corta hora extra de 'marronzinho'

Medida adotada pela Transerp atende recomendação de redução de gastos feita pela prefeita Dárcy Vera (PSD)

Especialistas condenam corte de horas extras, e motoristas criticam a falta de fiscalização dos agentes na zona azul

ISABELA PALHARES DE RIBEIRÃO PRETO

A Transerp (empresa de transporte urbano) cortou a realização de horas extras dos 42 agentes de trânsito responsáveis por fiscalizar o tráfego dos 482 mil veículos nos 2.000 quilômetros de malha viária de Ribeirão Preto.

De acordo com William Latuf, superintendente da Transerp, a medida é uma das implantadas para a redução de gastos que foi solicitada pela prefeita Dárcy Vera (PSD) a todas as secretarias e autarquias do município.

A prefeitura afirma ter débitos com fornecedores que ultrapassam R$ 60 milhões. Por isso, anunciou no início do mês um pacote contra crise que inclui, além de cortes, o bloqueio de investimentos.

Latuf disse que a redução não irá diminuir a fiscalização. Ribeirão já tem um deficit de cerca de 440 agentes de fiscalização, conhecidos como "marronzinhos", segundo recomendação do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) que prevê um agente para cada mil veículos.

Para especialistas em trânsito, motoristas e comerciantes do centro de Ribeirão, a redução das horas extras dos agentes deve impactar na fiscalização do trânsito.

"Ribeirão já tem um número extremamente pequeno de agentes para sua frota e o tamanho da cidade. Tirando as horas extras, com certeza o motorista vai sentir redução de fiscalização e orientação", disse José Bernardes Felex, especialista em trânsito.

Para Carlos Alberto Bandeira, especialista em engenharia de transportes, uma fiscalização atuante ajuda a coibir excessos e imprudências no trânsito.

Comerciantes e motoristas do centro de Ribeirão Preto reclamam, principalmente, da falta de fiscalização no cumprimento da Zona Azul.

O comerciantes Julio Ferreira, 27, que trabalha na rua Barão do Amazonas, disse raramente ver agentes multando motoristas que estacionam no local sem o talão do estacionamento rotativo.

"Há quatro dias não vejo nenhum agente aqui. Aos sábados, a fiscalização é ainda pior", disse Ferreira.

Segundo Latuf, o corte de horas extras atinge a todos os funcionários da Transerp. Porém, a maior parte das horas extras, de acordo com ele, é feita pelos agentes de fiscalização, principalmente aos finais de semana, em função do número pequeno de servidores para a função.

O gasto com horas extras na Transerp equivale a até 7% da folha de pagamento.

Ainda de acordo com o superintendente, as horas extras terão que ser justificadas pelo responsável pelo departamento. "A situação financeira da Transerp é boa, mas sempre aderimos a medidas de economia", disse Latuf.


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