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Após boom, mercado de imóveis vê retração

Área para a construção de projetos imobiliários cai 34% em Ribeirão Preto, pior desempenho dos últimos 5 anos

Desaceleração da economia e redução de espaços estão entre os motivos apontados pelo setor para a redução

CAMILA TURTELLI DE RIBEIRÃO PRETO

Após um crescimento expressivo nos últimos quatro anos, o mercado imobiliário enfrenta o pior cenário desde 2009 em Ribeirão Preto.

O número de licenciamentos concedidos --em área para a construção de projetos imobiliários-- caiu 34% nos nove primeiros meses deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

Foram 1,832 milhão de metros quadrados em 2013, ante 1,208 milhão no mesmo período deste ano, segundo a Secretaria do Planejamento e Gestão Pública da cidade.

Em 2009, ano seguinte à deflagração da crise econômica global, foram licenciados 1,030 milhão de metros.

A desaceleração econômica é, de novo, um dos ingredientes dessa situação. Mas há outros motivos, como a redução de espaços para novos projetos imobiliários e até mesmo uma acomodação natural do mercado após a explosão de crescimento nos anos anteriores.

"O mercado imobiliário está bem mais fraco, as famílias estão mais endividadas e há queda do poder de compra", disse o economista Luciano Nakabashi, docente da FEA-RP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto), da USP.

Os dados são confirmados também pelo oficial do 1º Cartório de Imóveis, Frederico Jorge Vaz Figueiredo Assad. "Houve uma queda sensível a partir do segundo semestre de 2013 nas vendas", afirmou.

Segundo os registros do cartório, que atende da zona norte ao centro da cidade, no primeiro semestre houve queda de 16% nas vendas de imóveis em relação a 2013. Foram 3.170 imóveis comercializados no primeiro semestre de 2014, ante 3.780 de 2013.

ESTABILIZAÇÃO

Assad disse que, no entanto, a tendência é que o mercado se estabilize até o final deste ano. "Com 1.929 operações no segundo semestre do corrente ano, a tendência é de estabilização", afirmou.

Diretor administrativo e financeiro da Construtora e Incorporadora Habiarte, João Marcelo de Andrade Barros disse que houve queda, "como ocorreu em todo o país".

Para ele, apesar de Ribeirão ser economicamente privilegiada em relação ao restante do país, a região não passou imune ao baixo desempenho da economia.

Para o delegado regional do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis) Antonio Marcos Melo, após o boom era esperada uma estabilização do mercado.

"O que vemos hoje é uma postura de calma. Não que haja desinteresse, mas há uma atitude de cautela, de construtoras e compradores."

Segundo Melo, o consumidor está hoje agindo com cautela até que se definam governantes e a política econômica do país fique mais clara.

O emprego na construção civil também caiu na cidade.

De acordo com os dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o saldo de empregos para agosto foi o pior dos últimos seis anos --foram 880 admissões e 1.013 demissões.

"Com o setor produzindo menos, a tendência natural é que o emprego na área também se reduza", afirmou o economista Nakabashi.


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