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Crise da água

Seca fecha pousadas e gera demissões em SP

Em Guaraci, na região de Ribeirão Preto, cerca de 600 casas próximas à usina de Marimbondo estão quase vazias

Estiagem recorde atinge ainda turismo de cidades como Bragança, Joanópolis, Nazaré Paulista e Riolândia

JOÃO ALBERTO PEDRINI DE RIBEIRÃO PRETO

Fechamento de pousadas, fuga de turistas, prejuízos ao comércio, demissões e investimentos adiados são alguns dos problemas enfrentados por cidades paulistas prejudicadas pela pior seca das últimas décadas no Estado.

A falta de chuvas, que provocou racionamento de água em ao menos 25 cidades, aumentou o número de queimadas e achatou os lucros no campo, tem causado reflexos devastadores também em regiões que exploram o turismo às margens de rios e represas.

A situação mais crítica ocorre na bacia hidrográfica do sistema Cantareira, principal fornecedor de água para a Grande São Paulo.

A represa Jaguari-Jacareí, maior do sistema, está vazia desde junho. As águas que levavam turistas a Joanópolis deram lugar a terra.

Segundo Ruth Hohage, que preside o conselho de turismo, casas em condomínios à beira da represa não têm recebido visitantes, a maioria da capital. Três das seis pousadas já fecharam. "Supermercados e restaurantes sentem a redução de turistas."

Carlos Lopes era dono de uma pousada no município havia 14 anos. Há três meses, ele encerrou as atividades. "Não tem como continuar."

Em Bragança Paulista, o gerente de marina Leandro Pirani disse que a represa Jaguari-Jacareí recuou 27 metros. Dos cem barcos que existiam, 60 foram retirados. "O pessoal está levando tudo [embarcações] para o mar."

Em Nazaré Paulista, o baixo nível da represa Atibainha inviabilizou o turismo náutico. Onde havia motos aquáticas e barcos, hoje há motos. "Estão fazendo rali na lama", disse Rosa Maria Ramos de Martinez Terra, diretora do departamento de Turismo.

Em Riolândia, banhada pelo rio Grande, o prefeito Savio Nogueira Franco Neto (PSB) afirmou que a seca atrasou investimentos.

Obras de um loteamento às margens da represa só serão retomadas quando o nível voltar ao normal. Outra empresa que investirá na criação de peixes espera chuva. Juntos, os negócios somam quase R$ 30 milhões em investimentos, com 200 empregos.

Já em Guaraci, as 600 casas próximas ao reservatório da usina de Marimbondo, de Furnas, estão praticamente vazias. "Em alguns finais de semana e feriados prolongados, recebíamos de 1.500 a 2.000 pessoas", disse Vanda Pilotto, diretora de turismo.

O turismo de aventura em Socorro ainda não retomou as atividades aquáticas, mesmo após as chuvas que atingiram a cidade no início do mês, no rio do Peixe, principal curso de água local.

As empresas que realizam "rafting' e "boia-cross" estão esperando as chuvas. Com o baixo nível do rio, as descidas estão suspensas.

O empresário Charles Gonçalves, 42, afirmou que a seca é a pior que já viu em 15 anos de trabalho. Ele tem uma empresa de esportes de aventura na água no município turístico.

De acordo com Gonçalves, na alta temporada (de dezembro a abril) ele chega a atender 3.000 turistas. Neste ano, a empresa recebeu cerca de 1.200. O prejuízo passa de R$ 110 mil.


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