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Caçadores de best-sellers

Editores de Ribeirão revelaram no Brasil o fenômeno Nicholas Sparks e já têm novas apostas para 2013

Fotos Edson Silva/Folhapress
Fernando e Milla Baracchini, na sede da empresa
Fernando e Milla Baracchini, na sede da empresa
ANGELO SASTRE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE RIBEIRÃO PRETO

Com sede em Ribeirão Preto, a editora Novo Conceito surpreendeu o mercado editorial tradicional em 2009, quando revelou como best-seller no Brasil o autor Nicholas Sparks, que já era sucesso no exterior.

"Querido John", do norte-americano, vendeu mais de 1 milhão de exemplares só no país e abriu espaço para a editora -fundada em 2004- nas redes de livraria do Brasil.

A surpresa não para por aí. Proprietários da Novo Conceito, o casal Fernando, 46, e Milla Baracchini, 36, tem formação que nada tem a ver com o mercado editorial.

Ele é formado em administração de empresas e foi piloto de moto de corrida nos Estados Unidos. Milla, por sua vez, é analista de sistemas.

A Tec Gestão -holding da qual a Nova Conceito faz parte- fatura cerca de R$ 100 milhões ao ano, segundo o casal. O grupo é bem diversificado. Representa a marca de tintas Suvinil em Ribeirão e tem ainda um ramo de vendas pela internet -a editora representa 30% desse bolo.

Mais: com seis lançamentos de livros por mês, a editora já planeja crescimento anual de pelo menos 40%.

Hoje, a Novo Conceito conta com outros autores de obras best-seller, como Emily Giffin, Corban Addison e Lucinda Riley, mas Sparks ainda é lembrado com carinho.

As obras do norte-americano têm destaque especial na estante de livros na entrada da sede da editora. Lá, seus títulos estão posicionados na área central e chamam a atenção de quem chega ao prédio.

"Ele foi o nosso primeiro grande autor. Os primeiros títulos dele, porém, não tiveram tanto sucesso", diz Milla, referindo-se a "Noites de Tormenta", por exemplo. "Pensamos em desistir das obras dele [Sparks]."

Curiosamente, o mesmo autor havia publicado alguns títulos por outras editoras no Brasil, mas só "Querido John" vingou. Foi inclusive com essa obra, diz Fernando, que a Novo Conceito conseguiu uma relação comercial com a Saraiva, rede de livrarias espalhadas por todo o país.

"Numa reunião, o comprador [da Saraiva] me perguntou quanto eu esperava vender. Falei 600 mil exemplares e ele se arrepiou. Disse que só o 'Código Da Vinci' [de Dan Brown] vendia aquele volume. Acabamos vendendo 1 milhão de exemplares."

LIVROS LEVES

A estratégia não tem grandes segredos e o casal não tem vergonha de assumir o foco, criticado por muitos amantes da literatura: a editora busca romances com leitura fácil e que transmitam algum tipo de mensagem.

"O nosso ponto forte é escolher obras em que as histórias sejam aquelas que as pessoas procuram", diz Milla. Elas precisam oferecer, diz Fernando, mensagens de estímulo aos leitores. Suas histórias devem apresentar "sonhos possíveis", completa.

"Livros mais difíceis não animam as pessoas. Não são um lazer", diz ele. "A mensagem importante [a ser passada] pode ser para a família, de casamento ou de relacionamento entre pai e filho."

Em um mercado onde a compra dos direitos autorais de best-sellers pode envolver cifras que variam de US$ 1 milhão a US$ 3 milhões, a editora de Ribeirão Preto aposta no relacionamento com os agentes e autores para manter seu diferencial.

"Vamos sempre visitar os agentes em Nova York. Isso é importante", diz Fernando.

Outro aspecto, diz o editor, é manter o contato direto com os leitores finais para saber os hábitos do consumidor.

LEITORES INDICAM

"Parceria com sites de leitura e blogueiros nos dá mais informações sobre o leitor."

Pelas redes sociais, eles recebem dicas de leitores que indicaram títulos. "Foi o caso de 'Para Sempre' [de Kim e Krickitt Carpenter]."

O plano da editora é diversificar seu catálogo com best-sellers de outros segmentos, mas sem deixar o romance. A proposta é que metade da produção seja dividida entre temáticas de aventuras, autoajuda e não-ficção.

Uma aposta para 2013 é James Patterson. Segundo Fernando, o autor bate recorde como o que mais colocou livros na lista do "The New York Times". "Até hoje, ele lançou 72 títulos e 63 ficaram entre os dez na lista."


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