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Ribeirão

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Entrevistas Folha Ribeirão - Oswaldo Barba, 62

Grau de exigência dos eleitores de São Carlos causou a derrota do PT

ÚLTIMO PETISTA A COMANDAR UM GRANDE MUNICÍPIO NA REGIÃO DIZ QUE CIDADE ESTÁ 'REDONDA' E QUE JULGAMENTO DO MENSALÃO NÃO INFLUENCIOU NAS URNAS

Márcia Ribeiro/Folhapress
O prefeito de São Carlos, Oswaldo Barba, em entrevista na cidade
O prefeito de São Carlos, Oswaldo Barba, em entrevista na cidade
LEANDRO MARTINS ENVIADO ESPECIAL A SÃO CARLOS

São Carlos é uma "cidade redonda", o PT do município perdeu as eleições de outubro devido ao "grau de exigência" de seus moradores e o julgamento dos réus do mensalão não influenciaram nos resultados das urnas.

Estas são algumas das avaliações feitas pelo prefeito Oswaldo Barba, último petista a comandar uma das quatro maiores cidades da região.

O partido já governou, entre 2000 e 2004, Ribeirão, Franca, Araraquara e São Carlos. Em outubro, Barba perdeu as eleições para o tucano Paulo Altomani, que assume em janeiro.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

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Folha - O que acha que deixa como principal legado?

Oswaldo Barba - Saio muito satisfeito com aquilo que nós conseguimos avançar em relação à educação. Sou um educador e coloquei como prioridade a educação.

Além da parte estrutural das escolas, pois eu reformei todas as escolas, que são 52, me propus a fazer mais 12. Entreguei três, tem nove em construção. A outra coisa importante foram as casas populares. Fizemos 4.300 e já deixei assinado mais 2.500. É uma quantidade que a cidade nunca tinha visto.

O que o sr. acha que deveria ter feito, mas não conseguiu?

Tem coisas que a gente gostaria. Por exemplo, a Cidade da Energia Limpa e Renovável é um projeto estratégico para o país.

Avançou pouco. Por quê?

Nós tivemos uma dificuldade em relação ao Ministério Público, que acionou a questão ambiental da duplicação de uma estrada que já existia. O dinheiro [para o projeto] está aí.

Como vai atuar em relação ao próximo governo?

Obviamente eu terei uma postura crítica. Mas nós [PT] costumamos fazer uma oposição responsável.

A que o sr. atribui a derrota?

Eu vejo que é um fenômeno que não é só daqui. Foi uma coisa que ocorreu num âmbito muito maior, um desejo de mudança. Nós estamos no governo há três gestões, com isso em si já é difícil ir para a quarta. Desde que assumimos, nós viemos provocando uma mudança muito significativa. Aqueles problemas crônicos, graves, que nós tínhamos na cidade, eles foram ficando para trás. Então, as pessoas não têm mais aquela referência da cidade que não era cuidada, que não tinha serviços adequados. Hoje eu posso dizer que São Carlos é uma cidade redonda.

A avaliação do sr. é que os problemas mais graves ficaram lá atrás e a população perdeu esse parâmetro de comparação?

Não tem mais aqueles problemas graves. Claro que tem os problemas, como em qualquer outra cidade, mas aí eles ficam amplificados.

Mas se não há problemas mais graves, não deveria ter sido mais fácil vencer a eleição?

Mas o ser humano não funciona assim. O grau de exigência vai subindo.

Sobre o futuro do senhor na política, o que planeja?

Agora eu vou dar uma descansada. Não pensei nisso.

Uma possível candidatura a deputado em 2014?

Não sei. Ainda é cedo.

Sobre a Agrishow, a prefeita Dárcy Vera (PSD) disse no programa eleitoral que o ex-presidente Lula a ajudou para a feira ficar em Ribeirão.

A Agrishow era algo de interesse estrito da Abimaq, nunca foi pleito nosso.

Mas e a questão do envolvimento do presidente Lula?

Eu não tenho esses dados. Ela [Dárcy], obviamente, dentro da luta dela, deve ter ido conversar com o Lula.

Como vê a relação com o governo de SP, que é tucano?

Acho que o governo federal é republicano, então ele atende da mesma forma prefeitos do PT, de sua base coligada e os de oposição.

O governo do Estado, infelizmente, o PSDB, não tem essa visão. Basta você imaginar uma cidade como São Carlos, uma das mais importantes na região central, e durante quatro anos não tivemos a presença nenhuma vez do governador.

Que avaliação o senhor faz do encaminhamento que tomou o julgamento do mensalão?

Eu vejo que está muito ligado ao crescimento do próprio PT no nosso Estado. A partir do momento que começa a crescer, precisa arrumar uma maneira de tentar destruir. Eu vejo que o presidente Lula deixou um legado fantástico para o nosso país, é inegável. A presidente Dilma também está fazendo um governo muito bom.

Mas se força uma situação justamente para carregar na questão política.

A campanha do sr. sofreu algum tipo de reflexo por causa do julgamento do mensalão?

Eu não detectei isso. A não ser via internet, um pouco disso, mas é muito longe. Nós sempre procuramos trabalhar do ponto de vista da ética, mudamos a forma de fazer política na cidade, então eu acho que isso pouco influenciou.


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