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Jovem não teve morte cerebral, diz hospital
Casa de Saúde de São Carlos alega que houve falha de comunicação
A família pediu que médicos reavaliassem o quadro clínico; eles constataram uma leve atividade cerebral
A Casa de Saúde e Maternidade de São Carlos divulgou nota, anteontem à noite, afirmando que o quadro clínico da manicure Nayara Cristina Patracão, 24, internada após complicações decorrentes de uma lipoaspiração, não é de morte cerebral.
O anúncio foi feito dois dias após o hospital ter informado a família e a imprensa que o quadro clínico era de morte cerebral. O diretor-superintendente do hospital, Fernando Augusto de Luca, disse que houve falha na comunicação. Primeiro, na informação dada para os familiares e, depois, à imprensa.
Ele contou que a mãe da jovem ficou sabendo da suposta morte cerebral numa conversa no corredor do hospital, informal, com um neurologista. "Oficialmente, em nenhum momento, a Casa de Saúde falou em morte", diz.
De Luca afirmou ainda que pode ter havido uma interpretação equivocada da família.
A nota divulgada anteontem foi distribuída por uma assessoria contratada, segundo o diretor, para "gerenciar a crise" surgida após o caso.
Na última terça, uma assessora da instituição havia informado à Folha que Nayara teve morte cerebral.
A versão do hospital também contradiz a família. A mãe da paciente, Lucimara Franceschini, e a irmã dela, Jéssica Patracão, confirmaram que o diagnóstico dado pela Casa de Saúde, no início, era de morte cerebral.
No dia 7 de janeiro, Nayara passou por um procedimento de lipoaspiração e abdominoplastia -retirada de excesso de gordura na região do abdome- na Santa Casa de Descalvado.
Após sofrer parada cardíaca durante a cirurgia ela foi transferida para São Carlos.
Na quarta-feira, a família pediu que médicos próximos reavaliassem o quadro da jovem -eles, então, constataram uma leve atividade cerebral de Nayara.
Ontem, médicos do hospital fariam nova reavaliação, cujo laudo não foi divulgado até o fechamento da edição.