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Água e saúde são os desafios, diz Altomani
Prefeito de São Carlos critica administração de seu antecessor, Oswaldo Barba, e afirma que dívida é de R$ 210 mi
Com 60% da água perdida em vazamentos na rede, que é antiga, cidade tem falta d'água em 30% dos bairros
Com críticas ao ex-prefeito Oswaldo Barba (PT) e à situação financeira da prefeitura e enfrentando problemas como a falta d'água e a saúde. Assim foram as menos de três semanas iniciais de governo do prefeito de São Carlos, Paulo Altomani (PSDB).
O tucano fez duras críticas ao seu principal adversário político, que deixou o mandato no último dia 31 e que não conseguiu a reeleição.
"Pegamos uma cidade com uma infraestrutura totalmente fragilizada", disse.
Afirmou que o município tem hoje R$ 210 milhões em dívidas de longo e curto prazo, sem contabilizar algumas pendências de restos a pagar por causa de problemas no sistema de informática.
O tucano criticou ainda a transição feita pelo governo petista. Disse que alguns termos acertados no processo de mudança, garantido oficialmente por meio de uma lei municipal, não foram cumpridos integralmente.
Citou, por exemplo, que a administração passada deveria ter prorrogado por 90 dias, ou seja, até o final de março, os contratos para fornecimento de medicamentos e de alimentos para a merenda escolar, o que, de acordo com ele, não ocorreu.
Com isso, houve falta de remédios e problemas para garantir a futura alimentação dos alunos, já que as aulas começam em fevereiro.
A assessoria de Barba diz que a transição foi "transparente" e que ao menos 20 reuniões foram realizadas entre a administração que saiu e a que iniciou o governo no dia 1º (leia texto nesta página).
DESAFIOS
Altomani disse que seus dois principais desafios são resolver o problema da falta de água e melhorar o atendimento na saúde. Sobre as deficiências no abastecimento, o Ministério Público abriu inquérito para apurar o caso.
Segundo o próprio prefeito, a falta d'água atinge 30% dos bairros de São Carlos.
De acordo com ele, o problema ocorre por falta de manutenção das bombas que fazem captação em rios e em poços artesianos.
Ele afirmou ainda querer acabar com o desperdício -hoje, 60% da água é perdida em vazamentos por causa da tubulação antiga e precária. "Vamos trocar os tubos. Se numa rua tiver muito vazamento, será tudo trocado."
Na saúde, o prefeito fala em pagar gratificação para os médicos, como forma de atrair mais profissionais e deixá-los satisfeitos em termos de remuneração. O objetivo é promover melhor atendimento.
Também prevê a instalação do sistema de cartão de ponto digital para exigir que a carga total de trabalho seja cumprida.
A aposta para que o serviço público no setor melhore, segundo Altomani, é investir na atenção básica. "Se a coisa não funciona preventivamente, o gargalo vai para as UPAs [unidades de pronto-atendimento], onde se atende só urgência e emergência."
Citou também que o município já está promovendo a realização de 3.000 cirurgias eletivas (não urgentes), que vão custar R$ 9 milhões.
